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O Que Acontece Agora com o Irã Após a Queda do 'Eixo da Resistência'?

2024-12-16

Autor: Carolina

O Irã, um dos principais protagonistas do Oriente Médio, está enfrentando uma crise sem precedentes após a perda de seu aliado Bashar al-Assad na Síria e o enfraquecimento do Hezbollah no Líbano, enquanto a guerra com Israel se intensifica. Imagens do líderes supremos e aliados estão sendo encontradas destruídas, ecoando a fragilidade que o regime enfrenta nesse novo cenário.

Recentemente, a embaixada iraniana em Damasco se tornou um cenário emblemático das mudanças turbulentas; as bandeiras pisoteadas e a desolação reinam entre os cartazes do aiatolá Ali Khamenei e outros líderes mortos, como Hassan Nasrallah, ex-comandante do Hezbollah, que perdeu a vida em um ataque aéreo israelense.

Khamenei, que tem 85 anos e enfrenta o desafio da sucessão, declarou em seu primeiro discurso após a queda de Assad que o Irã se tornaria "ainda mais forte". Ele frisou que a aliança do Irã com grupos como Hezbollah e Hamas, apesar das dificuldades, é uma “linha de resistência” contra Israel, insistindo que "a pressão reforçará nossa resistência". Contudo, experts alertam que essa retórica pode não refletir a realidade no campo de batalha, onde o poder militar do Irã está sendo desafiado como nunca.

Após os massacres do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que foram apoiados pelo Irã, a reação de Israel teve um impacto devastador nas forças iranianas, levando o regime a uma posição defensiva. James Jeffrey, ex-diplomata americano, indicou que "todas as peças caíram" e o Eixo da Resistência do Irã foi severamente impactado, não restando substitutos em uma região que parece cada vez mais hostil.

Ademais, o Irã, que durante décadas investiu pesadamente em sua presença militar na Síria e no Líbano, agora vê suas rotas de abastecimento comprometidas, tornando-se incapacitado de oferecer o suporte necessário ao Hezbollah. As perdas financeiras com as investidas na guerra síria, estimadas entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões, começaram a cobrar seu preço.

Com a queda de Assad, um elo central do Eixo da Resistência, a questão que permeia o regime iraniano é sobre sua sobrevivência. A prioridade será a reestruturação de suas alianças, reforçando o que restou de suas influências regionais.

No entanto, as dificuldades também se estendem ao plano nuclear iraniano. Com a intensificação das sanções e o aumento da pressão internacional, o país tem avançado em seu programa nuclear de forma preocupante, enriquecendo urânio a níveis mais elevados e desafiando acordos anteriores. Especialistas apontam que o Irã pode estar a uma semana de conseguir urânio suficiente para produzir uma arma nuclear.

As reações dos países ocidentais são de alerta, com a expectativa de que Trump, em sua nova presidência, busque reverter o que considera um potencial perigoso. Essa nova dinâmica pode levar a um aumento das tensões, tanto internas quanto externas, enquanto o Irã tenta se reequilibrar após a perda de seu status na Síria.

Domestically, o regime também está enfrentando arranhões de sua própria população, que se manteve descontenta após os protestos de 2022, após a morte da jovem Mahsa Amini. Essa turbulência interna, aliada à instabilidade regional e aos desafios impostos por adversários históricos, pode culminar em um momento decisivo para a República Islâmica.

Assim, a sobrevivência do regime iraniano será testada em múltiplas frentes. O que acontecerá nas próximas semanas e meses é incerto, mas uma coisa é certa: as mudanças no Oriente Médio estão longe de serem concluídas, e o Irã, mais uma vez, está no centro de um conflito global.