
Pais denunciam morte trágica de criança durante parto na Santa Casa; hospital investiga o caso
2025-03-31
Autor: Lucas
A alegria da espera pelo nascimento de mais um membro da família se transformou em um pesadelo para Ana Carolina Pereira de Souza e Cleiton José Leite dos Santos, residentes na cidade de Campo Mourão. No dia 22 de março de 2025, às 23h33, sua filha, Agatha Pereira dos Santos, aparentemente saudável ao longo da gravidez, faleceu durante uma cesárea no Hospital Santa Casa.
Em profundo luto e sem compreender o que aconteceu, os pais apontam erros médicos como possíveis responsáveis pela morte da filha. Ana Carolina e Cleiton relataram que encontraram marcas no corpo da criança após o parto, aumentando sua desconfiança de que algo estava errado durante a cesárea. Eles registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil enquanto aguardam explicações do hospital, que, em resposta, informou estar apurando o que houve.
O atestado de óbito da criança aponta 'óbito fetal sem causa determinada'. Segundo os relatos dos pais, a cesárea foi realizada por dois médicos residentes. Ana Carolina afirmou ter aguardado de 30 a 40 minutos, mesmo sentindo dores intensas e contrações, até ser chamada para a cirurgia.
Desde o feriado de Carnaval, Ana Carolina já não se sentia bem, alternando entre dias no hospital e em casa, e expressou o desejo de realizar uma cesárea, apesar da insistência dos médicos por um parto normal. Após ter recebido alta na sexta-feira, 21, sua situação piorou e foi necessário retornar ao hospital no dia seguinte.
Durante a internação, Ana Carolina relata ter sido atendida rapidamente, mas a situação tornou-se angustiante quando, após a cirurgia, foi isolada e não recebeu quaisquer informações sobre o estado da filha. O momento mais devastador ocorreu quando Cleiton chegou ao hospital com roupinhas para a filha e foi informado da morte. Ele expressou seu desamparo e desespero: “A criança estava bem, e agora ela nasce morta? Isso não faz sentido.”
As marcas visíveis no corpo da Agatha foram um choque para os pais. Cleiton descreveu um grande hematoma no peito da menina e uma marca no pescoço, o que o levou a questionar os médicos, que aparentemente evitaram fornecer explicações. “Tentei entender o que aconteceu, mas simplesmente não me deram resposta alguma,” relatou.
Cleiton também se espantou com a rapidez da alta hospitalar da esposa após a cesárea. Ele contou que foram menos de 24 horas desde a cirurgia até a alta. “O que me disseram era muito estranho. Fui informado que ela só poderia ir ao velório acompanhada, e no meio desse processo, me ligaram dizendo que tinham dado alta para ela,” lembrou, adicionando que estava determinado a investigar a morte da filha até o fim.
O diretor clínico do hospital, médico Denilson Daleffe, declarou que a instituição está analisando os fatos e que o caso será revisado pela Comissão de Mortalidade Materno-Infantil. Contudo, ele evitou entrar em detalhes até que a investigação esteja concluída. Além do sofrimento da família, essa tragédia reacende o debate sobre a segurança em partos em hospitais e a necessidade de monitoramento rigoroso das condições nas salas de cirurgia. Muitos se perguntam: há realmente garantias suficientes que protejam a vida dos recém-nascidos? A comunidade aguarda respostas solidárias e esclarecedoras.