Introdução

Após a tentativa de ruptura institucional em janeiro de 2023, Jair Bolsonaro não conseguiu obter o respaldo das Forças Armadas e decidiu deixar o Brasil, temendo uma possível prisão. Um relatório revelado pela Polícia Federal (PF) trouxe à tona um plano audacioso para sua fuga, que incluía armas, veículos oficiais e até aeronaves militares.

O Plano de Fuga

De acordo com as investigações, os golpistas tinham um esquema elaborado para transportar Bolsonaro para outro país, evitando assim qualquer enfrentamento judicial que pudesse ameaçar sua liberdade. Esse plano foi baseado em doutrinas militares, projetando uma fuga frustrada ou uma espera segura até o desfecho da crise.

Narrativa de Perseguição

O documento da PF revela uma estratégia de criação de uma narrativa de perseguição em redes sociais, onde apoiadores de Bolsonaro o descreveriam como uma vítima vulnerável e perseguida, criando um 'clima de instabilidade.' Esse movimento já estava sendo preparado por grupos que mais tarde seriam rotulados como 'milícias digitais.'

Envolvimento Militar

Militares do Alto Comando do Exército estavam em reuniões frequentes no Palácio do Planalto e na Granja do Torto, discutindo rotas e meios de transporte para a fuga de Bolsonaro, indicam as investigações. Além disso, os conspiradores contavam com acessos privilegiados a recursos públicos, utilizando aeronaves da FAB e carros oficiais.

Arsenal e Acompanhamento

O plano também previa a criação de um arsenal de armas e munições guardadas em cofres, prontas para uso, caso a situação se tornasse crítica. Todas essas iniciativas indicam uma adesão de uma facção interna ao governo que estabeleceram contatos para garantir a proteção de Bolsonaro.

Conspiração de Mauro Cid

Evidências coletadas apontam que Mauro Cid, o ajudante de ordens de Bolsonaro, reconhecia o grave risco que seu chefe enfrentava. Mensagens de Cid revelaram preocupações com a liberdade de Bolsonaro, com indícios de que um dispositivo denominado 'RAFE/LAFE' era parte essencial do plano. No jargão militar, isso se traduz como uma rede de auxílio para fuga e evasão sob circunstâncias hostis, facultando a transformação de ambientes adversos em rotas seguras.

Cenários Hipotéticos

O relatório da PF, que inclui detalhes de estratégias militares, esboça três cenários hipotéticos relacionados a possíveis decisões do Supremo Tribunal Federal que poderiam prejudicar Jair Bolsonaro: a intervenção do STF no Executivo, a cassação de sua chapa e a restrição de propostas a favor da impressão do voto. Esses elementos colocam em evidência não só a preocupação com as ações judiciais, mas também a má fé dos envolvidos na orquestração de um golpe de estado. O pânico em torno da possibilidade de punições legais acentua as justificativas utilizadas para um plano de fuga tão audacioso.

Conclusão

Este caso continua a reverberar pela política brasileira, levantando questões sobre a lealdade militar e os limites da democracia no Brasil!