
Planeta 9: A existência pode ser real, afirma estudo liderado por brasileiro
2025-04-01
Autor: Lucas
A intrigante hipótese do Planeta 9, um corpo celeste que pode habitar as fronteiras do nosso Sistema Solar, ganhou um novo fôlego nas últimas duas décadas. Entre 2004 e 2013, a identificação de seis objetos transnetunianos, os mais distantes já registrados, trouxe à tona um alinhamento peculiar em suas órbitas. Esses corpos parecem sentir os efeitos gravitacionais de um único objeto maior, sugerindo a possível existência do Planeta 9. Essa força gravitacional poderia ser responsável por este fenômeno, semelhante ao que levou à descoberta de Netuno e Urano no passado.
Rafael Ribeiro de Sousa, pesquisador da Unesp e autor do estudo, explica que a órbita do Planeta 9 seria extremamente longa, levando cerca de 10 mil anos para completar uma volta ao redor do Sol. Diante disso, os pesquisadores buscam outros pontos de referência para guiar a busca por esse planeta misterioso, especialmente objetos que possam refletir a luz solar.
A equipe de Sousa realizou simulações que acompanharam a evolução de corpos celestes ao longo de 4,5 bilhões de anos. Os resultados indicaram que, caso o Planeta 9 realmente exista, ele impactaria duas regiões ricas em cometas, a extensão do Cinturão de Kuiper e a distante Nuvem de Oort, que ficam próximas a Plutão.
Além dos seis objetos conhecidos, a influência gravitacional do Planeta 9 poderia estender-se a cometas oriundos dessa região. O modelo proposto pela equipe sugere que um disco de planetesimais, remanescentes da formação dos cometas e asteroides, se dispersou influenciado pela gravidade do Planeta 9, resultando nas estruturas que hoje conhecemos.
Matematicamente, a equipe demonstrou que a adição desse hipotético Planeta9 na região provocaria a formação de uma nova nuvem de cometas, que estaria alinhada à sua órbita. Para verificar a existência desse reservatório extra, os pesquisadores analisaram as trajetórias de cometas já conhecidos e encontraram uma notável coincidência: suas órbitas correspondem ao que o modelo previu.
Estudos prévios estimavam que o Planeta 9 teria cerca de 15 vezes a massa da Terra, mas as novas pesquisas de Sousa indicam que ele pode ser significativamente menor, com aproximadamente 7,5 vezes a massa terrestre. Essa descoberta poderia redefinir nossa compreensão sobre a formação do Sistema Solar.
O próximo desafio para Sousa é refinar ainda mais suas simulações, focando agora em cometas de longo período, que gastam milhares de anos em suas órbitas celestiais. Estes cometas, oriundos da Nuvem de Oort, podem revelar mais sobre o que poderia ser o 'planeta invisível', que continua a fascinar astrônomos e amantes do espaço em todo o mundo. Prepare-se, pois a busca por Planet 9 pode estar apenas começando e as revelações estão ao nosso alcance!