Planeta À Beira de um Colapso Plástico: Especialista Alerta para a Crise em 10 Anos
2024-11-24
Autor: Mariana
A co-presidente de uma coalizão de países que negocia intensamente o combate à poluição plástica, a ministra do desenvolvimento internacional da Noruega, Anne Beathe Tvinnereim, fez um alerta alarmante: sem um acordo internacional para limitar a produção de plástico, o mundo se tornará "incapaz de lidar" com a enorme quantidade de resíduos plásticos em apenas 10 anos.
Em conversa com o The Guardian, antes da última e decisiva rodada de negociações da ONU em Busan, Coreia do Sul, a ministra explicou a grave divisão entre países produtores de plástico e aqueles que buscam uma solução sustentável para o problema.
Tvinnereim representa um grupo de mais de 60 nações, conhecido como a coalizão “de alta ambição”, que inclui líderes globais empenhados em enfrentar a poluição plástica em todas as suas etapas, desde a produção até o descarte. Elas defendem não apenas a redução do desperdício, mas uma drástica diminuição da produção de plásticos, que já sobe a alarmantes 712 bilhões de dólares na indústria.
"Não vamos conseguir um tratado perfeito, mas o que é crucial é que precisamos avançar. O mundo realmente precisa de liderança agora", disse ela, expressando otimismo no fortelecimento da coalizão.
Ela destacou a urgência de um acordo global que culmine na eliminação de plásticos descartáveis e na proibição de produtos químicos prejudiciais utilizados em embalagens e brinquedos. A situação é urgentíssima, já que a utilização de plástico pode triplicar até 2060, particularmente na África Subsaariana e na Ásia, com o desperdício de plástico também devendo triplicar.
Atualmente, metade dos resíduos plásticos é despejada em aterros sanitários e menos de 20% é reciclada, exacerbando uma crise já reconhecida como uma séria ameaça à saúde humana e ao equilíbrio ecológico. Apesar disso, as negociações têm encontrado obstáculos significativos, particularmente sobre a necessidade de uma redução na produção, vista como essencial para conter o crescimento exponencial do acúmulo de plástico.
"Precisamos urgentemente de melhores práticas de reciclagem e gestão de resíduos, mas se não houver uma diminuição na produção e consumo, estaremos totalmente perdidos em relação ao que fazer com o plástico nos próximos dez anos", concluiu Tvinnereim. O tempo está se esgotando e a hora de agir é agora!