Nação

Tragédia em São Paulo: Tarcísio se pronuncia sobre a morte de estudante baleado pela polícia

2024-11-22

Autor: Matheus

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifestou em relação à morte de Marco Aurélio, um estudante que foi baleado por um policial militar, em um caso que gerou intensa comoção e revolta na sociedade. O posicionamento do governador aconteceu após as cobranças feitas pela família da vítima, que expressou sua indignação em entrevistas à mídia local.

Os pais de Marco Aurélio, Dr. Júlio Cesar Acosta Navarro e Dra. Silvia Mônica Cardenas Prado, não economizaram críticas à postura da polícia paulista durante uma entrevista. Dr. Júlio disse: "Quero ver alguém que me dê explicações para dar conforto a toda a família. Quem vai devolver o meu filho?". A mãe do estudante complementou sua angústia com perguntas diretas ao governador: "O que o senhor está fazendo para evitar mortes como a do meu filho? O que justifica esse policial ter matado o meu filho?" Ela ainda pediu que Tarcísio "tenha a decência de pedir perdão".

Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo, declarou que o governador é o "maior responsável" pela atuação violenta da polícia, salientando que já foram levantadas diversas questões sobre o comportamento da corporação nos últimos anos. Ele advertiu que, se Tarcísio não tomar as providências necessárias, deve ser responsabilizado. "Vários órgãos que deveriam estar atuando e não estão precisam também ser responsabilizados", enfatizou.

Entenda o caso: na madrugada da última quarta-feira, um policial militar disparou contra Marco Aurélio em um hotel na zona sul de São Paulo. Embora os policiais afirmem que o estudante estava agressivo e tentou pegar a arma de um dos agentes, as câmeras de segurança do hotel contradizem essa versão, não mostrando os supostos atos de violência por parte da vítima.

A família defende que Marco Aurélio foi executado e contesta alegações que diziam que ele havia agredido uma mulher que o acompanhava. A suposta acompanhante do jovem se identificou como garota de programa, mas o advogado da família comentou que na realidade ela era amiga dele e não houve agressões. "As discussões que ocorriam eram normais de casais, sem agressões físicas", ressaltou o advogado.

O pai, Júlio Cesar Acosta Navarro, lamentou a brutalidade da ação policial: "Os policiais deveriam ter um treinamento específico para saber onde o tiro é fatal e onde é apenas para neutralizar. É inaceitável que isso tenha ocorrido a alguém desarmado e sem camisa. Sinto dor, mas também sinto raiva pela covardia que levaram meu filho de nós".

Esse trágico episódio reacende a discussão sobre a violência policial no Brasil e a necessidade de um controle mais rigoroso nas ações da polícia, algo que muitos especialistas e defensores dos direitos humanos vêm clamando há anos.