Tecnologia

Polêmica nas Escolas: Proibição do Uso de Celulares Divide Opiniões entre Pais e Estudantes

2024-11-15

Autor: Julia

Introdução

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou um projeto de lei controverso na última terça-feira (12), que aguarda a sanção do governador Tarcísio de Freitas para entrar em vigor. A proposta proíbe o uso de celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos com acesso à Internet em escolas públicas e privadas do estado, mesmo durante os intervalos. A deputada Marina Helou é a autora do projeto, que conta com o apoio de outros 42 parlamentares.

Justificativa da Proposta

De acordo com a proposta, os únicos casos em que o uso desses dispositivos será permitido são para atividades pedagógicas específicas e para alunos com deficiência. A decisão não foi bem recebida por todos; muitos pais e estudantes expressaram suas preocupações sobre a falta de discussão prévia com a comunidade escolar e as dificuldades práticas que a implementação pode trazer, especialmente nas escolas públicas, que frequentemente enfrentam limitações estruturais.

Opiniões Contrapostas

Marina Helou justificou a iniciativa ao afirmar que o uso excessivo de dispositivos móveis está relacionado a uma queda na concentração e no desempenho escolar. Esta afirmação gerou consenso entre diversos membros da comunidade escolar, que reconhecem os desafios da tecnologia nas salas de aula.

Juliana Augusto Pereira, mãe de um aluno do ensino médio, comentou sobre uma pesquisa realizada na escola de seu filho, onde a maioria dos pais apoiou um controle mais rígido do uso de celulares. "Celular distrai e gera ansiedade ao notificar constantemente. É uma avalanche de informações, o que dificulta a concentração nos estudos", refletiu Juliana. Seu filho, Pedro, afirmou que não acredita que a proibição impactará sua rotina, já que ele costuma não usar o celular durante as aulas. No entanto, ele observa que a opinião de seus colegas está bem dividida.

Por outro lado, o professor Fábio Leyser Gonçalves, chefe do Departamento de Psicologia da Unesp de Bauru, expressou sua crítica à medida, classificando-a como autoritária e sem respaldo científico. Ele argumenta a favor do ensino sobre o uso responsável da tecnologia, em vez de simplesmente proibi-la. "Proibições podem levar a mais desinteresse e não incentivam o aprendizado sobre o uso seguro e responsável dos dispositivos. Além disso, como as escolas vão garantir a segurança desses aparelhos?", questionou.

Riscos e Preocupações

Diferentes preocupações foram levantadas sobre os riscos potenciais da proposta. A diarista Andréia Nery, mãe de um estudante do ensino médio, ponderou que a centralização dos celulares em um único espaço pode aumentar o risco de roubo. "A escola terá uma responsabilidade maior, e isso é complicado", lamentou.

A estudante Alice Bizeto Leyser Gonçalves criticou a proposta, afirmando que alunos desinteressados continuarão a não prestar atenção nas aulas, independente do uso do celular. Outra voz dissonante é a de Abner Nery, aluno do ensino médio, que destacou a importância do celular em situações em que a escola enfrenta falta de Internet ou energia elétrica, permitindo que os alunos continuem suas atividades.

Perspectivas de Implementação

Por sua vez, Fernando de Brito, empresário e padrinho de uma aluna do ensino fundamental, defendeu a proibição, argumentando que ela ajudará a manter o foco dos alunos. Ele admitiu que muitos estudantes perdem tempo com o celular em sala de aula, o que atrapalha seu próprio aprendizado.

A Secretaria da Educação do Estado informou que o projeto será analisado em até 15 dias e reafirmou que já existem restrições ao uso de aplicativos não educacionais nas escolas estaduais. A Apeoesp, por sua vez, embora concorde com a medida, expressou preocupações sobre a responsabilidade em sua implementação, visto que muitas escolas carecem de funcionários suficientes para controlar o recolhimento e a devolução dos celulares.

Reflexões Finais

Essa proposta promete criar um ambiente escolar diferente, mas as opiniões divergentes refletem um dilema significativo entre a necessidade de foco na educação e a realidade dos estudantes na era digital. O que você pensa sobre isso? Será que a proibição realmente trará um ambiente mais produtivo, ou apenas intensificará a resistência dos jovens em relação às regras?