
Prefeito de Istambul, opositor de Erdogan, é preso em meio a acusações explosivas
2025-03-19
Autor: Gabriel
Na última quarta-feira (19), Ekrem Imamoglu, o prefeito de Istambul e influente membro do partido de oposição CHP, foi preso sob graves acusações, incluindo suborno, manipulação de licitações, liderar organizações criminosas e apoiar grupos terroristas.
A situação se intensificou quando a Turquia decidiu restringir o acesso a várias plataformas de mídia social, como Twitter, YouTube, Instagram e TikTok, logo após a detenção de Imamoglu. Em uma medida de segurança adicional, diversas ruas ao redor de Istambul foram fechadas e manifestações foram proibidas na cidade por quatro dias, numa clara tentativa de evitar protestos em resposta à prisão do prefeito.
Imamoglu, que já havia enfrentado problemas com a justiça anteriormente e é considerado um forte concorrente nas eleições presidenciais de 2028, se opõe diretamente ao governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. De acordo com informações da Reuters, o CHP estava prestes a nomeá-lo como seu candidato oficial nas próximas eleições, um movimento que poderia desafiar seriamente a hegemonia de Erdogan no país.
Em um vídeo postado em sua conta no Twitter, Imamoglu se dirigiu aos seus apoiadores de maneira emotiva: "Digo isso com tristeza, um punhado de mentes está tentando tomar a vontade de nossa nação. Estão usando minha amada polícia, as forças de segurança deste país, como ferramentas para esse mal. A casa foi revirada na frente de dezesseis milhões de istambulitas. Centenas de policiais estão exaustos, estamos enfrentando uma grande tirania, mas quero que saibam que não vou recuar. Amo muito todos vocês. Confio-me à minha nação. Que todo o país saiba que permanecerei firme e continuarei lutando contra essa mentalidade que usou todo esse processo como uma ferramenta".
As investigações contra Imamoglu são extensas. Segundo o promotor de Istambul, uma primeira investigação envolveu 100 pessoas, incluindo jornalistas e empresários, suspeitas de envolvimento em atividades criminosas ligadas a licitações municipais. A segunda investigação alega que Imamoglu e mais seis indivíduos auxiliaram o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado uma organização terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais.
A agência estatal Anadolu informou que foram expedidas ordens de prisão para cerca de 100 outras pessoas em conexão com esse caso. Curiosamente, a prisão de Imamoglu ocorreu apenas um dia após a anulação de seu diploma universitário, uma ação que o impede de participar da corrida eleitoral.
Este acontecimento está gerando uma forte polarização na Turquia, onde a oposição clama por liberdade e justiça, enquanto o governo de Erdogan é acusado de reprimir dissentimentos e silenciar vozes contrárias. A situação poderá resultar em um contexto político explosivo nos próximos meses, com possíveis manifestações e intensos confrontos entre o governo e a população.