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Primeiros Refugiados Brasileiros Saem do Líbano em Ação do Governo Português

2024-10-04

Autor: Pedro

Primeiros Refugiados Brasileiros Saem do Líbano

Os primeiros cinco brasileiros a fugir do Líbano, país que vive sob intensos bombardeios israelenses, conseguiram escapar graças à intervenção do governo português. A família de Aya Moussa Kadoura, de 23 anos, chegou a Lisboa na noite de sexta-feira (04/10) após um longo voo de nove horas a partir de Beirute, utilizando um avião cargueiro C-130 da Força Aérea Portuguesa.

Experiências Durante a Fuga

Emocionada, Aya compartilhou suas experiências angustiosas nos dias que antecederam a fuga. Com suas adjas de segurança ameaçadas, ela ouvia as explosões próximo de sua casa no vale de Bekaa e se conectava rapidamente com amigos nas redes sociais para se assegurar do bem-estar deles. “Era ouvir o barulho das bombas e imediatamente entrar no Instagram e perguntar para os meus amigos se eles estavam bem”, relatou.

A Situação em Joub Jannine

A cidade de Joub Jannine, onde Aya residia, foi atingida recentemente por um míssil. “Nunca havia acontecido antes. A segurança se acabou. As pessoas estão fugindo do sul e nos questionamos quem são esses novos moradores. Serão eles alvos?”, ponderou.

Medo e Despedidas

O sentimento de medo pela família que ficou é constante. “Em oito anos construí uma vida. Tenho tios, primos lá, e, infelizmente, tiveram que ficar. Foi difícil dizer adeus sem saber se seria a última vez”, afirmou.

A Dor da Partida

Deixar a casa foi uma experiência dolorosa. Aya e sua família partiram apenas com o essencial – cada pessoa com malas de até 30 quilos. Ela optou por levar fotos, mas teve que deixar muito para trás. “Comecei a tirar fotos com o telefone para guardar mais memórias”, desabafou.

Uma Vida em Mudança

Natural de São Paulo, Aya estava vivendo no Líbano há oito anos. Ela comentou sobre a segurança e felicidade que sentia naquele país: “Lá, eu estava feliz, tinha uma vida boa.” Estudante de design gráfico, não conseguiu completar seu curso devido à situação de guerra.

Familiares que Acompanharam a Fuga

Além de Aya, vieram sua mãe, Fadileh Waked, de 48 anos, seus irmãos Ali, de 8 anos, Lyna, de 14, e seu avô Barakat Waked, de 76 anos. Exceto pelo avô, todos possuem nacionalidade portuguesa, além da brasileira.

Gratidão ao Governo Português

Na chegada a Portugal, ela expressou sua gratidão ao governo português pela assistência. Aya explicou que contataram a embaixada, mas havia uma esperança inicial de que poderiam permanecer em casa. “Eu espero voltar um dia, mas tenho medo de que nossa casa não exista mais”, finalizou, refletindo sobre o futuro incerto.

Uma Luz de Esperança

A situação no Líbano se agrava a cada dia, e as histórias de famílias como a de Aya são apenas algumas entre milhares que buscam segurança em meio ao caos. A ação de Portugal é um sinal de esperança em um cenário de desespero.