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Protesto do Sindicato Nacional dos Aeronautas após Azul fretar Boeing com tripulação portuguesa

2024-12-20

Autor: Fernanda

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) recentemente expressou sua indignação ao enviar um ofício à Azul Linhas Aéreas, exigindo a imediata suspensão dos voos realizados com a prática de wet-leasing da euroAtlantic Airways, que conta com tripulação portuguesa.

A medida foi tomada após a Azul firmar uma parceria com a euroAtlantic para cobrir sua malha aérea durante a alta temporada, utilizando um Boeing 777-200ER para realizar rotas entre Campinas e Lisboa. Com a aeronave operando com uma equipe majoritariamente estrangeira, a situação gerou um clima de tensão e protesto entre os trabalhadores brasileiros da aviação. Especificamente, apenas dois comissários brasileiros da Azul estão presentes na operação, o que fez soar alarmes dentro do sindicato.

A Azul está enfrentando desafios logísticos, pois seu Airbus A330 está em manutenção não programada, obrigando a companhia a adotar alternativas como essa parceria para não prejudicar os passageiros. Contudo, o SNA argumenta que a operação com uma tripulação não brasileira é contrária à legislação nacional. Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), a Azul, como operador da aeronave, deve garantir que todos os voos sejam realizados com tripulantes nacionais, exceto em casos onde a presença do comissário estrangeiro seja mínima - no máximo um terço da tripulação.

Além de lutar pelos direitos dos aeronautas, o SNA chama a atenção para o fato de que o cenário ainda se complica devido à escassez de tripulantes brasileiros habilitados na ANAC para operar a aeronave específica em questão. Atualmente, os únicos pilotos brasileiros capacitados para o Boeing 777 são aqueles que trabalham na LATAM Brasil. Isso impõe mais um obstáculo à Azul, caso decida atender ao pedido do SNA, pois não conseguirá garantir tripulação brasileira a tempo.

Essa situação destaca as tensões atuais no setor aéreo, exacerbadas pela quantidade de aeronaves brasileiras que estão em manutenção ou passando por reconfiguração. O descontentamento dos aeronautas se soma a preocupações mais amplas sobre a sustentabilidade e a adequação das operações de companhias aéreas em um mercado tão competitivo. Os trabalhadores pedem uma maior transparência e respeito pelas leis que garantem seus direitos, salientando que a segurança no trabalho deve sempre ser uma prioridade. A pressão sobre a Azul está crescendo, e a resposta da companhia será crucial para o futuro das operações e do relacionamento com seus funcionários.