Putin e Trump: O que está por trás do acordo de paz?
2024-11-20
Autor: Matheus
MOSCOU, 20 de novembro - Vladimir Putin já está negociando um potencial acordo de paz com Donald Trump, presidente eleito dos EUA, enquanto a situação na Ucrânia se torna cada vez mais crítica. Fontes próximas ao Kremlin revelaram que Putin está aberto a discutir um cessar-fogo, mas não terá disposição para ceder áreas estratégicas e exige que Kiev desista de suas aspirações de integrar a Ucrânia à OTAN.
Com a Rússia controlando cerca de 18% do território ucraniano, incluindo as regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, a entrada de Trump na Casa Branca ocorre em um momento em que a Rússia se vê como uma potência militar ascendente. As informações indicam que Putin estaria disposto a congelar o conflito nas atuais linhas de frente, mas com ajustes territoriais ainda a serem discutidos.
Condições impostas por Putin incluem o abandono da candidatura da Ucrânia à OTAN, limitações no tamanho das forças armadas ucranianas e a garantia de direitos para a utilização da língua russa na região. "A neutralidade é essencial para evitar mais tensões entre a Rússia e a Ucrânia", afirmou Putin durante suas últimas declarações.
Trump, por sua vez, se colocou como a figura capaz de mediar esse acordo, prometendo unir ambos os lados em busca da paz. Seu diretor de comunicações, Steven Cheung, declarou que Trump "é a única pessoa que pode reunir os interesses conflitantes para negociar a paz". Entretanto, os especialistas alertam que ao mesmo tempo que um cessar-fogo pode ser mais fácil de se alcançar, a realidade no campo de batalha e as profundas divisões entre os países tornam um acordo abrangente bastante desafiador.
Com mais de 110 mil km² sob controle russo, Putin pode usar essas conquistas territoriais para apresentar qualquer acordo como uma vitória. No entanto, a recente autorização dos EUA para que a Ucrânia utilize mísseis ATACMS contra alvos russos complica ainda mais a situação, levando o Kremlin a adotar uma postura mais rígida.
Se as negociações forem pautadas em uma proposta discutida em abril de 2022 em Istambul, onde a Ucrânia se comprometeria com a neutralidade em troca de garantias de segurança, a tensão ainda será palpável. A posição da Rússia enfatiza que qualquer entendimento deverá evitar provocações futuras por parte do Ocidente.
Enquanto Trump se oferece como mediador, a dinâmica da guerra e os novos avanços militares russos apresentam um cenário complexo. A Ucrânia, por sua vez, continua determinada a retomar o controle total de seu território, mostrando que, mesmo em meio a negociações, a luta pela soberania é incessante.