Nação

'QG da Propina': Tribunal condena Crivella e revela detalhes chocantes sobre corrupção

2024-10-08

Autor: Gabriel

Em uma decisão impactante, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) declarou Marcelo Crivella inelegível por abuso de poder político e econômico, resultado de investigações em um esquema de corrupção conhecido como ‘QG da propina’. Este esquema, que operou durante sua gestão na Prefeitura do Rio de Janeiro, também envolveu o empresário Rafael Alves, que foi condenado junto com Crivella.

Ambos foram declarados inelegíveis por 8 anos a partir das eleições municipais de 2020 e terão que pagar uma multa de R$ 106.410 cada um. A maioria dos desembargadores seguiu o voto do relator, Rafael Estrela, que confirmou a sentença de primeira instância proferida em março deste ano.

"Os autos evidenciam o profundo conhecimento de Crivella sobre as ilegalidades praticadas, mantendo Rafael Alves como seu principal aliado na articulação de atos que beneficiavam empresas em troca de contribuições financeiras irregulares para suas campanhas eleitorais em 2016 e 2020", destacou o desembargador Estrela em seu voto.

Crivella foi preso em 22 de dezembro de 2020, apenas nove dias antes de encerrar seu mandato como prefeito. Durante a investigação, ele foi acusado de liderar uma organização criminosa com Alves como o principal negociador de contratos públicos. O Ministério Público revelou que, mesmo sem cargo na Prefeitura, Alves operava a partir de uma sala na sede da Riotur, a empresa de turismo da cidade, onde coordenava o esquema de corrupção.

As investigações apontaram que essa quadrilha arrecadou mais de R$ 50 milhões, transformando a administração pública em um verdadeiro ‘QG da propina’. Os promotores ressaltaram que a organização tinha como objetivo cooptar empresários oferecendo um “tratamento preferencial” em contratos com a Prefeitura em troca de propinas.

A defesa de Crivella já anunciou que pretende recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, argumentando que o TRE ignorou uma decisão do Supremo Tribunal Federal que isentou o ex-prefeito de qualquer prática ilícita. A situação de Crivella continua a desperta interesse, já que ele permanece no exercício de seu mandato como deputado federal.

As repercussões desse caso estão longe de acabar, e novas investigações podem surgir. A população carioca aguarda ansiosa por justiça em um dos mais escandalosos capítulos da corrupção na cidade.