Uma nova análise de mensagens trocadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelam a tensão e preocupação de Cid, Bolsonaro, e outros envolvidos após a Polícia Federal (PF) descobrir uma minuta de um plano de golpe na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, no dia 10 de janeiro de 2023.

Nos documentos da PF, há um momento crucial onde Jair Bolsonaro compartilha um link de uma matéria relacionada ao caso com Mauro Cid. Em seguida, Cid se comunica com Marcelo Camara e Filipe Martins, além do próprio ex-presidente, refletindo a gravidade da situação. Às 16h42 do dia 12 de janeiro, Mauro Cid enviou um link de uma reportagem da Folha de S. Paulo que noticiava a apreensão da minuta, intensificando ainda mais o pânico no grupo.

Marcelo Camara, ao receber a reportagem, revela a Mauro Cid que o documento ‘não seguiu porque poderia não ter amparo jurídico’, o que indica seu conhecimento e preocupação sobre o conteúdo da minuta encontrada na casa de Torres. O clima tenso entre eles é palpável, evidenciado pelas trocas frenéticas de links e mensagens sobre a situação.

Mesmo com um mandado de prisão preventiva em andamento contra Anderson Torres, a apreensão da minuta gerou ainda mais apreensão entre os envolvidos. Filipe Martins aumenta a inquietação ao enviar para Mauro Cid mensagens de um advogado de Torres, que tentava desqualificar a origem e a versão do documento. Martins destaca: 'A linha do advogado dele', segundo o relatório da PF, indicando um esforço conjunto para lidar com as informações surgidas na mídia.

Os integrantes do grupo tentaram aproveitar um relatório que sugeria que a minuta tinha sido escrita à mão, mas essa informação foi rapidamente corrigida. Esses eventos levantam questões sérias sobre o que estava sendo planejado e as consequências que isso poderia ter em termos legais e políticos. As investigações da PF continuam em andamento, e novas revelações podem vir à tona nas próximas semanas.