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Revelações Chocantes: Imagens da Polícia Militar do Rio Expõem Abusos e Perigos da Profissão

2024-12-02

Autor: Pedro

Nos últimos dois anos, a Polícia Militar do Rio de Janeiro instaurou mais de 2,6 mil processos para investigar irregularidades no comportamento de seus agentes, capturadas por câmeras corporais. Uma das investigações mais impactantes envolve uma ação de dois policiais que foram chamados por moradores para perseguir um grupo de assaltantes na Zona Norte da cidade. Durante a abordagem, um dos PMs desembarcou e disparou contra o veículo suspeito, sem considerar a segurança dos envolvidos.

Nas filmagens, é possível ouvir disparos adicionais, mas sem identificar o responsável. O motorista do carro, que já estava com as mãos para cima, foi tratado de maneira agressiva pelos policiais, que continuaram a exigir que ele saísse do veículo mesmo após ele ter se rendido. O homem, um trabalhador, foi atingido por um tiro do sargento Daniel de Souza Braga. Embora o sargento não estivesse com a câmera ligada, a do seu colega gravou o lamentável incidente. Ao relatar a situação a um supervisor, um dos policiais disse: — Quem foi que deu tiro nele, eu não sei. Não sei se foi da minha arma, se foi do... Foda é querer apreender minha arma né?

A vítima, que admitiu ter cometido um roubo horas antes do evento, foi condenada a 6 anos de prisão. O sargento Braga foi afastado preventivamente enquanto a corregedoria apura os fatos.

Apesar das ocorrências de desvio de conduta, a coronel Claudia Moraes, porta-voz da PM, ressalta que a maioria dos policiais realiza seu trabalho de forma ética e dentro da legalidade, afirmando que o desvio é tratado como exceção. Em quase 800 processos analisados, 61% das imagens requisitadas pela Justiça não foram entregues, com 200 gravações apagadas por falta de acionamento do botão de gravação da ocorrência.

As câmeras corporais também registraram as constantes ameaças enfrentadas pelos policiais, como no caso em Itaboraí, onde o sargento Gabriel Leite Fernandes foi baleado durante uma operação. Infelizmente, ele é um dos 33 policiais militares mortos este ano, sendo 10 deles em serviço. O acusado de sua morte foi preso e aguarda julgamento.

Recentemente, a PM anunciou melhorias nas câmeras após uma investigação do Ministério Público expor tentativas de manipulação nas gravações para extorquir propina. As denúncias indicam que alguns policiais desativavam as câmeras ou direcionavam suas lentes para evitar registrar crimes.

Quando utilizadas adequadamente, as câmeras são essenciais para garantir a justiça, como demonstrado em um caso recente em Copacabana, onde uma mulher foi presa ao tentar subornar um policial com R$ 1 mil em troca da soltura de um suspeito de furto.

Com um novo contrato firmado com a fornecedora das câmeras, o armazenamento de imagens será ampliado de 60 para 90 dias e um sistema de monitoramento em tempo real será implementado nas estações de carregamento. Essas medidas visam não só proteger os cidadãos, mas também os próprios policiais em suas difíceis e perigosas funções.