Na quinta-feira (21), a Rússia anunciou que derrubou dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow, fabricados pelo Reino Unido, que haviam sido autorizados recentemente para uso pela Ucrânia em ataques contra o território russo. O ministro da Defesa da Rússia informou que, além dos Storm Shadow, seis foguetes HIMARS dos Estados Unidos também foram interceptados por seus sistemas de defesa.

"As defesas aéreas derrubaram dois mísseis Storm Shadow, seis foguetes HIMARS e 67 drones", declarou o ministro. Essa informação se seguiu a um informe da Bloomberg, que destacou que a Ucrânia havia utilizado os mísseis Storm Shadow pela primeira vez em direção à Rússia.

Os Storm Shadow possuem um alcance de 250 km, sendo projetados para atingir alvos grandes e estáticos. A eficácia da defesa russa em interceptar esses mísseis ainda não foi completamente confirmada, levantando questões sobre a vulnerabilidade do espaço aéreo russo.

A autorização por parte do Reino Unido para que a Ucrânia utilizasse esses mísseis fora de suas fronteiras é um marco significativo na guerra, especialmente após o presidente dos EUA, Joe Biden, validar o uso dos mísseis de longo alcance ATACMS por parte da Ucrânia. O uso dos ATACMS ocorreu no dia 19 de outubro, quando a Ucrânia disparou seis desses mísseis contra a região de Bryansk, próximo à fronteira, em uma ação que a Rússia chamou de ingerência direta dos Estados Unidos.

A escalada das hostilidades não se limita a mísseis. Na terça-feira, o presidente Putin anunciou a flexibilização das regras sobre o uso de armas nucleares, indicando que a Rússia considerará ataques nucleares se seu território ou o de Belarus estiver sob ameaça de agressão convencional.

Diante dessas tensões, o chanceler russo, Sergey Lavrov, presente no G20 no Brasil, afirmou que os ataques ucranianos sinalizam uma intenção do Ocidente de intensificar o conflito. A decisão dos EUA de apoiar a Ucrânia com tecnologia militar avançada também levanta a possibilidade de uma nova corrida armamentista na região.

Ainda mais alarmante, relatos recentes indicam que a Coreia do Norte pode enviar entre 10.000 e 12.000 soldados para a Rússia, um movimento que poderia mudar dramaticamente o equilíbrio de poder na região. Esse apoio ao esforço de guerra russo gerou preocupação significativa entre os aliados ocidentais, que, a partir de agora, em uma perspectiva geopolítica mais ampla, devem reavaliar suas estratégias de defesa.

Os mísseis ATACMS, com capacidade para atingir alvos a até 300 km de distância, representam uma mudança crucial na dinâmica do conflito. Essa nova fase da guerra tem provocado não apenas um aumento na militarização da região, mas também um aprofundamento das divisões políticas e militares entre os países envolvidos.

A situação na Ucrânia continua tensa, com os EUA e seus aliados considerando um reforço de suas ajudas militares e financeiras. Este novo contexto levanta a questão: até onde a Rússia irá para garantir seus interesses, e qual será a reação do Ocidente a esses movimentos? A escalada de hostilidades parece longe de acabar, e qualquer mal-entendido pode escalar rapidamente para um conflito maior, tornando a situação extremamente volátil.