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Semana Crucial nos EUA: Emprego e Juros em Foco; Descubra as Implicações

2024-10-04

Autor: Carolina

A expressão "dependência de dados" está ganhando cada vez mais relevância no cenário econômico dos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deixou claro que as decisões do banco central americano estão diretamente ligadas aos indicadores econômicos, com ênfase em empregos e inflação. Isso faz com que o mercado financeiro fique atento a cada nova divulgação.

Nesta semana, os dados do mercado de trabalho impactaram significativamente as expectativas em relação aos juros básicos, indicando uma tendência mais moderada em relação ao afrouxamento da política monetária.

Em destaque, o relatório Jolts, publicado na terça-feira (1), mostrou uma abertura de vagas surpassando as previsões entre julho e agosto. Já na quarta-feira, o relatório ADP revelou um crescimento considerável na criação de empregos para setembro. O Payroll, divulgado recentemente, também superou as expectativas, apresentando um aumento notável no número de postos de trabalho.

Essas informações fizeram com que a expectativa de um corte modesto de 25 pontos base nos juros americanos ganhasse força. De acordo com dados do CME FedWatch, cerca de 95,7% dos participantes do mercado acreditam nessa redução na próxima reunião do FOMC, marcada para o dia 7 de novembro. Há uma semana, essa expectativa era de apenas 67,9%.

Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, afirma que o Payroll serve como um marco na discussão sobre o próximo corte de juros, alinhando as expectativas em prol de uma diminuição de 25 pontos. Além da meta de inflação, a missão do Federal Reserve também abrange a manutenção de um mercado de trabalho saudável. Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, analisa que um corte acelerado de juros pode não ser ideal para o emprego em um contexto onde o Fed está confortável com a inflação.

O otimismo trazido pelos dados de emprego também afasta o medo de uma recessão nos EUA, com Moreira comentando que não há sinais claros que justifiquem a ideia de uma política monetária atrasada. Agora, antecipa-se um cenário de PIB sólido, porém com uma inflação mais elevada, o que lembra a realidade brasileira.

Os próximos dados serão cruciais para moldar o consenso do mercado sobre cortes de juros, especialmente os números do CPI (índice de preços ao consumidor), aguardados com grande expectativa. Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, menciona que o Payroll de outubro, que será divulgado antes da reunião do FOMC, só deverá impactar o plano do Fed em caso de uma “catástrofe” de dados negativos.

O CPI, considerado o principal indicador pelo Fed na formulação da política monetária, pode se tornar secundário caso a inflação mostre sinais de convergência para níveis confortáveis. Mudanças nas projeções de juros somente ocorrerão se os índices ficarem muito acima das expectativas.

Após a reação aos dados do Payroll, Borsoi acredita que o mercado poderá revisar as projeções de juros para o próximo ano, com dois cortes de 25 pontos base em 2024 quase garantidos. Contudo, um mercado de trabalho forte pode complicar os planos de juros baixos em 2025, levando a uma posição mais cautelosa do Fed em relação ao corte da taxa de juros, considerando possíveis estímulos fiscais que podem surgir com a posse de Kamala Harris ou Donald Trump.

Fique atento! As decisões do Federal Reserve podem moldar a economia de forma significativa e alterar o nosso dia a dia.