Nação

Servidores do IBGE paralisam atividades em nova onda de protestos contra Pochmann no Rio

2024-10-15

Autor: Lucas

Servidores do IBGE paralisam atividades em protesto

Nesta terça-feira (15), servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) paralisaram suas atividades em uma das unidades do órgão no Rio de Janeiro, dando continuidade a uma série de protestos contra a gestão do economista Márcio Pochmann, que preside o instituto desde agosto de 2022, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A paralisação, prevista para durar 24 horas, reúne trabalhadores da unidade da Avenida Chile, onde estão localizadas as diretorias de Pesquisas e Geociências, além da Diretoria de Tecnologia da Informação. O ato, realizado pela manhã, marcou a presença de cerca de 300 manifestantes que carregaram faixas e fizeram discursos em protesto às políticas implementadas por Pochmann.

Reivindicações dos manifestantes

Representantes da Assibge, o núcleo sindical que representa os servidores da unidade, estimam que cerca de 700 funcionários estejam vinculados aos departamentos da Avenida Chile. Os manifestantes exigem diálogo e reivindicam melhorias nas condições de trabalho, além de protestarem contra o que consideram práticas autoritárias. Pochmann, por sua vez, refuta as acusações, classificando-as como "infundadas".

Nota da direção do IBGE

A direção do IBGE, em nota, afirmou não ter sido informada oficialmente sobre a paralisação, e destacou que, de acordo com a legislação, as representações sindicais devem notificar os empregadores com uma antecedência mínima de 72 horas, especialmente em atividades essenciais. A nota finaliza enfatizando a importância de "zelar pela lei e o papel democrático das relações de trabalho".

Lançamento do LSPA em meio à paralisação

Em meio ao clima de tensão, o IBGE lançou nesta terça-feira o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), que traz projeções sobre a safra de grãos no país. A divulgação dos dados não foi afetada pela paralisação, mantendo o horário programado de publicação às 9h.

Crise interna e novas estruturas no IBGE

Vale destacar que a crise interna do IBGE não é recente. Em setembro, servidores revelaram sua insatisfação com a falta de diálogo com Pochmann em relação a mudanças estruturais recentes, como a criação de uma nova fundação pública de direito privado, denominada IBGE+, que, segundo críticos, pode ser vista como uma forma de "IBGE paralelo". A Assibge levantou preocupações sobre o fato de que a gestão de Pochmann implementou essa nova estrutura sem consultar os trabalhadores.

A fundação irá permitir parcerias com órgãos públicos e privados para realizar pesquisas, o que gerou apreensão entre os servidores. A administração do IBGE defende que essa nova estrutura irá proporcionar recursos adicionais para projetos desenvolvidos em colaboração com ministérios e entidades públicas.

Nomeações na nova estrutura do IBGE+

Entre as nomeações feitas na nova estrutura da IBGE+ está Marco Cícero Noce de Paulo Maciel, um servidor aposentado, como diretor-executivo, e Walid Nemer Damous Sobrinho como presidente do conselho curador. Esta fundação também conta com a participação de figuras como o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo.

Mudanças de local de trabalho

Outro ponto de tensão entre os servidores é a proposta de transferência dos trabalhadores da Avenida Chile para um novo prédio do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) no Horto, na zona sul do Rio, que é considerado de acesso dificultoso via transporte público. A gestão de Pochmann justifica essa mudança como uma necessidade para reduzir custos com aluguéis.

Conclusão sobre o clima de protestos

Os protestos realizados pelos servidores evidenciam a crescente insatisfação e incerteza entre os funcionários do IBGE, que temem que a falta de diálogo e a implementação de novas estruturas possam impactar negativamente o futuro do órgão.