Solidão Pode Elevar Proteínas no Sangue Ligadas a Doenças Fatais!
2025-01-09
Autor: Julia
Um novo estudo revela que a solidão pode aumentar a quantidade de proteínas no sangue associadas a doenças sérias. Pesquisadores avaliaram o isolamento e a solidão de participantes, levando em conta se eles viviam sozinhos e com que frequência interagiam socialmente. As avaliações subjetivas mostraram que muitos sentiam-se solitários, resultando em dados alarmantes.
No total, 175 proteínas foram relacionadas ao isolamento social e 26 à solidão. Intrigantemente, 85% das proteínas ligadas à solidão estavam em níveis elevados em pessoas que também se encontravam isoladas. Os pesquisadores também consideraram fatores como idade, sexo e histórico socioeconômico ao analisar os resultados.
As proteínas mais altas nos indivíduos solitários estão diretamente ligadas a processos inflamatórios e respostas imunes. Estudos anteriores já ligaram essas proteínas a doenças graves como infartos, diabetes tipo 2, AVC e mortalidade precoce.
O estudo utilizou a técnica de randomização mendeliana, permitindo que os cientistas explorassem a relação causal entre a solidão e o desenvolvimento de doenças. A pesquisa resultou na identificação de cinco proteínas principais que se elevam com a solidão: GFRA1, ADM, FABP4, TNFRSF10A e ASGR1.
Em um acompanhamento de 14 anos, mais da metade dessas proteínas foi associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 entre os participantes. Os resultados são alarmantes e sugerem que estar socialmente isolado pode ser um fator de risco significativo.
Uma proteína de destaque é a ADM, cuja produção aumenta com a solidão. Estudos anteriores mostraram que essa proteína tem um papel importante na regulação de hormônios do estresse e da ocitocina, também conhecida como "hormônio do amor". Essa substância é liberada em momentos de intimidade e ajuda a melhorar o bem-estar emocional.
Curiosamente, o estudo encontrou uma ligação entre a ADM e o volume de áreas do cérebro responsáveis por nossas emoções e percepções corporais. Níveis elevados dessa proteína foram correlacionados a um volume menor do que poderia indicar depressão ou outros distúrbios emocionais, resultando em uma maior ocorrência de mortes precoces.
Os cientistas sugerem que a solidão não é apenas um estado emocional, mas uma condição que pode ter consequências biológicas devastadoras. A ASGR1, uma das proteínas identificadas, está ligada a níveis elevados de colesterol e um risco aumentado de doenças cardíacas. Além disso, outras proteínas estão implicadas na resistência à insulina e na progressão de doenças como o câncer.
Esses achados enfatizam a importância de manter conexões sociais para a saúde geral. O isolamento social pode efetivamente ser um 'silencioso assassino', elevando os riscos de condições de saúde críticas e contribuindo para mortes precoce. O apelido de "morrer de tristeza" pode ter uma base científica mais sólida do que se imaginava.