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SP tem orçamento para enterrar fiação, mas falta prioridade

2024-10-15

Autor: João

É indiscutível que a retirada da fiação aérea em São Paulo é uma medida técnica e urbanisticamente viável e necessária. Diversas cidades ao redor do mundo já implementaram com sucesso o enterramento da fiação, o que proporciona uma estética urbana mais agradável e segurança em situações de tempestade. Em São Paulo, existe uma legislação que exige que todos os novos loteamentos tenham fiação subterrânea, mas a falta de priorização sobre o tema tem sido um entrave.

O urbanista Nabil Bonduki lembrou que a cidade já passou por obras desse tipo no passado, como na época da criação do corredor de ônibus da Avenida Rebouças e durante as reformas da Avenida Paulista. Essas intervenções demonstram que é possível realizar mudanças significativas na infraestrutura da cidade. No entanto, à medida que a crise climática se intensifica, trazendo chuvas torrenciais e ondas de calor, a cidade enfrenta desafios sérios para garantir um fornecimento de energia estável. Por isso, é essencial que a Prefeitura de São Paulo planeje investimentos não apenas para o verão que se aproxima, mas com uma visão de longo prazo.

Além disso, áreas arborizadas são ótimas para o equilíbrio climático, mas também representam um risco elevado, com árvores propensas a derrubar fios de energia durante tempestades. A questão se complica nas periferias, onde há pouca arborização e as repercussões de desastres naturais costumam ser desiguais. Quando uma ocorrência atinge áreas centrais, como a Lapa ou Pinheiros, a mobilização da sociedade é muito maior do que quando esses problemas afetam as regiões mais vulneráveis. A desigualdade socioeconômica e territorial precisa ser abordada, e esse é um momento crucial para que São Paulo repense suas prioridades de planejamento urbano e comece a agir de forma mais equitativa e eficiente.

Se você ainda não sabia, a desativação da fiação aérea poderia transformar não apenas o visual da cidade, mas também reduzir acidentes e melhorar a qualidade de vida dos paulistanos. Será que é hora de priorizar essa mudança de verdade? A pressão popular pode fazer a diferença!