'Super-sobreviventes': por que algumas pessoas conseguem derrotar um câncer agressivo?
2024-11-18
Autor: Mariana
Você sabia que uma pequena porcentagem de pacientes com câncer agressivo sobrevive de forma notável? Pesquisas recentes, lideradas pela Cure51, buscam entender os fatores biológicos que explicam essa “sobrevivência excepcional”, que inclui casos de câncer de pulmão de pequenas células, glioblastoma cerebral e adenocarcinoma ductal pancreático metastático.
Dr. Thankamma Ajithkumar, oncologista consultor da Universidade de Cambridge, revelou ao The Guardian: “Não esperamos que as pessoas com esses tipos de câncer vivam além de dois ou três anos, mas cerca de 3 a 5% delas sobrevivem. Estamos intrigados, pois há algo nos tumores ou na genética dessas pessoas que parece facilitar essa batalha.”
A pesquisa, intitulada Rosalind, teve seu lançamento em oito instituições do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) e visa reunir especialistas de centros internacionais para compartilhar dados sobre esses “super-sobreviventes”. Um dos focos é coletar informações sobre características biológicas dos pacientes, como o DNA dos tumores e biomarcadores moleculares, que podem fornecer pistas sobre suas impressionantes capacidades de defesa.
Simon Istolainen, cofundador da Cure51, declarou: “Estamos fazendo engenharia reversa para encontrar a cura do câncer. Com a tecnologia e dados disponíveis, nosso objetivo é desvendar a biologia dos sobreviventes milagrosos para desenvolver terapias que possam tornar o câncer uma doença controlável para todos.”
O envolvimento de especialistas da Cancer Research UK, como Hattie Brooks, enfatiza a importância desse estudo: “Entender por que os tratamentos podem ter efeitos diferentes nas pessoas é crucial para o desenvolvimento de opções mais eficazes para o combate ao câncer.”
Com a pesquisa ainda em fase inicial de recrutamento, as expectativas são otimistas. Brooks destacou que os resultados podem levar a novas terapias com maior potencial de sucesso, especialmente para aqueles tipos de câncer que atualmente apresentam opções limitadas.
Por exemplo, a Sociedade Nacional de Câncer Cerebral dos EUA informa que a sobrevida média de pacientes com glioblastoma é de apenas oito meses. Para o câncer de pulmão de pequenas células em estágio avançado, a Sociedade Canadense do Câncer indica uma expectativa de vida de 7 a 11 meses após o diagnóstico.
Essa pesquisa representa uma luz no fim do túnel para muitos pacientes e suas famílias, destacando a importância da personalização dos tratamentos e a busca por novas abordagens que possam finalmente transformar o câncer em uma doença gerenciável.