RIO DE JANEIRO, RJ - O que deveria ser uma comemoração tranquila de réveillon na praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, acabou gerando polêmica e uma investigação policial. A 12ª Delegacia de Polícia Civil, localizada no Leblon, iniciou um procedimento investigativo na última sexta-feira (3) sobre um evento de natureza sexual que ocorreu entre a noite do dia 31 de dezembro e a manhã do dia 1º de janeiro.

Chamado nas redes sociais de "surubão do Arpoador", o evento se destacou pela circulação de vídeos nas plataformas digitais, onde dezenas de homens participavam de atividades sexuais, incluindo beijos, masturbações e sexo oral em pleno espaço público. Relatos indicam que uma festa de Ano-Novo foi organizada nas proximidades, possibilitando que a orgia tomasse proporções ainda maiores.

De acordo com o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, a prática de ato libidinoso em local público é considerada crime de menor potencial ofensivo, podendo resultar em penas que variam de três meses até um ano de reclusão ou multa. Com isso, a situação se torna mais delicada, uma vez que a exposição é não apenas ilegal, mas também um reflexo dos comportamentos permissivos que algumas pessoas têm em espaços públicos.

O Arpoador, famoso por sua beleza natural, já é conhecido por ser um dos pontos de encontros sexuais ao ar livre do Rio de Janeiro, junto às praias de Abricó e Pedra do Sal. No entanto, tais eventos são frequentemente realizados à noite e, em sua maioria, atraem um público masculino. Há também ocasiões especiais voltadas para casais heterossexuais que praticam swing.

Além do Rio, São Paulo não fica atrás quando o assunto é espaços públicos e práticas sexuais. Locais como os parques Ibirapuera e Ecológico do Tietê, o Mirante da Lapa e a Ciclovia do rio Pinheiros são frequentados por pessoas que buscam liberdade sexual. Praças como Aureliano Leite e Marechal Bittencourt, no Brasilândia, zona oeste da capital paulista, recentemente tiveram suas árvores podadas pela prefeitura após denúncias sobre as atividades ocorridas nesses locais.

As consequências desse tipo de comportamento podem ser severas, não apenas para os participantes, mas também para a reputação dos locais envolvidos. A polícia agora busca identificar todos os envolvidos na orgia do Arpoador, um caso que promete acirrar ainda mais o debate sobre a moral pública e as permissões em espaços abertos no Brasil.