Taiwan Alerta: China Intensifica Manobras Militares e Traça 'Linha Vermelha' Contra os EUA
2024-12-11
Autor: João
A Guarda Costeira de Taiwan está em estado de alerta ao observar o movimento de um navio da Guarda Costeira chinesa ao longe, marcando um momento crítico nas tensões entre as duas potências — Foto: Guarda Costeira de Taiwan / via AFP Photo.
Nesta quarta-feira (11), a China expandiu suas operações militares ao redor de Taiwan, envolvendo dezenas de aeronaves de guerra e um grande exercício naval, com o objetivo de "estabelecer uma linha vermelha" para o futuro presidente dos Estados Unidos, alertam as autoridades taiwanesas da agência de notícias France Presse (AFP).
Dentre as manobras, as mais significativas em anos, estão cerca de 60 navios de guerra e 30 embarcações da Guarda Costeira, mobilizados desde os arredores das ilhas ao sul do Japão até o disputado Mar do Sul da China. Uma fonte oficial taiwanesa, que pediu para não ser identificada, revelou à AFP que essa movimentação é um sinal da intenção de Beijing de reafirmar seu controle na região.
Além disso, a China intensificou suas atividades aéreas nas proximidades de Taiwan, com mais de 100 voos registrados nos últimos dois dias, segundo o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan. Essa escalada acentua as preocupações em Taipei e entre seus aliados sobre a crescente assertividade militar da China.
Esta intensificação nos exercícios militares coincide com a recente viagem do presidente de Taiwan, Lai Ching-te, pelo Pacífico, que incluiu paradas em territórios dos EUA, como Havaí e Guam. Essas visitas, informa Taipei, criaram tensões adicionais com o governo chinês.
Taiwan se vê como uma nação soberana, enquanto a China reivindica a ilha como parte de seu território, não descartando o uso da força para alcançar a reunificação. Na visão de Pequim, qualquer apoio externo a Taiwan é considerado uma interferência em seus assuntos internos.
Durante uma coletiva em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou que a perturbação da paz no Estreito de Taiwan é provocada por forças separatistas apoiadas por agentes externos. Contudo, uma fonte de segurança taiwanesa assinalou à AFP que os planos chineses para esta operação naval em larga escala foram delineados desde outubro, mostrando que Pequim deseja isolar a ilha e traçar uma linha vermelha antes da nova administração dos EUA.
Quando questionado sobre a criação de uma "linha vermelha" antes do possível retorno de Donald Trump à presidência americana, Mao reafirmou que "a questão de Taiwan é a primeira linha vermelha que não pode ser cruzada nas relações China-EUA".
Além disso, a fonte de segurança mencionou que a China estaria utilizando a viagem do presidente Lai como um pretexto e que o verdadeiro objetivo seria o controle estratégico da região, especificamente na primeira cadeia de ilhas, que engloba Okinawa (Japão), Taiwan e Filipinas.
As manobras simulam ataques a embarcações estrangeiras e bloqueios em rotas marítimas nas águas adjacentes a Taiwan, aumentando as temidas possibilidades de uma escalada militar. Com a tensão crescente e o cenário internacional em constante mudança, a situação em Taiwan é uma bomba-relógio geopolítica que merece atenção global.