O ex-presidente Michel Temer (MDB) fez uma declaração polêmica sobre a jornada de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso), afirmando que essa carga horária é "um pouco de exagero". A afirmação foi feita durante entrevista a jornalistas na última segunda-feira, 18 de novembro de 2024.

Questionado sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca abolir a jornada 6x1, Temer ponderou: "Acho que 6x1, com toda franqueza, é um pouco de exagero. A discussão é válida, sem dúvida, agora aonde se vai chegar, eu não saberia dizer".

Vale ressaltar que, em 2010, enquanto presidia a Câmara dos Deputados, Temer já havia apresentado um projeto que visava a redução gradual da carga semanal de trabalho. “Aquilo foi discutido durante uns 6 ou 7 meses e, ao final, eu até propus uma forma intermediária, que era reduzir para 42 horas, que também não deu resultado”, comentou.

Durante seu tempo como presidente, Temer implementou reformas trabalhistas significativas, embora a carga horária semanal tenha permanecido inalterada em 44 horas.

A PEC que visa alterar a escala de trabalho é liderada pela deputada Érika Hilton (Psol-SP). Atualmente, a Constituição Federal estabelece uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas semanais. A proposta em trâmite tem como objetivo reduzir essa carga para 36 horas por semana, algo que poderia beneficiar milhões de trabalhadores no Brasil, proporcionando um equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal.

A ideia para essa proposta surgiu em resposta à crescente demanda do movimento VAT (Vida Além do Trabalho), um movimento popular fundado pelo vereador carioca Rick Azevedo (Psol-RJ), que defende condições de trabalho mais justas e duradouras.

Além do debate sobre a jornada de trabalho, a discussão levanta questões cruciais sobre saúde mental e qualidade de vida em um cenário onde o trabalho excessivo se torna cada vez mais comum. Estima-se que a adoção de jornadas mais curtas poderia resultar em aumento da produtividade e melhorias na saúde da população trabalhadora. Portanto, a adesão a essa proposta poderá ter impactos significativos para o futuro do trabalho no Brasil.