Templo de Lúcifer em Gravataí continua interditado após nova decisão judicial
2024-12-16
Autor: Mariana
O controverso santuário dedicado a Lúcifer, situado em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, permanece fechado e com a inauguração adiada devido a uma recente determinação da Justiça, emitida na sexta-feira (13), que reafirma uma decisão anterior de agosto deste ano.
A construção do santuário, que abriga uma impressionante estátua de Lúcifer de 5 metros de altura, gerou intensos debates na comunidade local, levantando questões sobre a legalidade e a aceitação de tal espaço. A Justiça determinou que o imóvel deve permanecer interditado até que sejam regularizadas as suas autorizações junto aos órgãos públicos competentes, estabelecendo uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
A Prefeitura de Gravataí argumentou que o local carece de licença e alvará para funcionamento como um espaço religioso e não possui CNPJ que registre sua atividade como associação ou entidade religiosa.
A estátua, que pesa uma tonelada e custou R$ 35 mil, foi erguida a pedido da Nova Ordem de Lúcifer na Terra e estava programada para ser inaugurada em agosto. O fundador do santuário, Mestre Lukas de Bará da Rua, expressou sua surpresa com a decisão judicial, informando que seus dois pedidos de alvará foram negados pela prefeitura, que alegou problemas administrativos com os pedidos feitos anteriormente.
Mestre Lukas defende que o espaço é utilizado apenas por membros da ordem, o que poderia caracterizar o uso como privado e não comercial. Contudo, a Justiça reforçou que templos religiosos estão sujeitos às mesmas normas de funcionamento de outros estabelecimentos de ocupação coletiva, visando garantir o bem-estar da comunidade.
A estátua de Lúcifer, concebida por Lukas em um sonho, simboliza a dualidade humana e é feita de cimento. O religioso destaca que a ordem busca desmistificar o culto a Lúcifer, promovendo debates e rituais que conectem seus membros às energias ancestrais. A Nova Ordem de Lúcifer, fundada por Lukas e Tata Hélio de Astaroth, conta com cerca de 100 membros, sendo que a maioria está localizada no Rio Grande do Sul.
Mestre Lukas, que se diz um mestre de quimbanda, realizou recentemente a criação de um monumento dedicado a Exu e enfrenta críticas sobre a suposta origem pública dos fundos para a estátua, um ponto que tanto ele quanto a prefeitura negam. O futuro do templo ainda está envolto em incertezas legais, enquanto a comunidade aguarda o desenrolar dessa polêmica.