Nação

Tragédia em Rocha Miranda: Antiga adutora estoura e causa morte de idosa; conheça a história por trás do acidente

2024-11-26

Autor: Matheus

Uma tragédia assolou o bairro de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, quando uma adutora, com impressionantes 75 anos de história, estourou e provocou a morte da idosa Marilene Rodrigues, de 79 anos. A concessionária Águas do Rio, responsável pela manutenção do sistema, alertou para a precariedade das tubulações, revelando que muitas delas datam do final do século 19.

A situação é alarmante: Sinval Andrade, diretor institucional da Águas do Rio, explicou que a rede de adutoras da região cobre mais de 3.500 km. Muitas dessas tubulações estão em condições precárias. "Essa adutora, por exemplo, foi construída há mais de 70 anos. Temos um problema sério de infraestrutura", declarou.

O acidente ocorreu na madrugada, por volta das 3h30, quando uma enxurrada devastadora, originada do rompimento da adutora, fez o teto da casa de Marilene desabar. Sua filha, Simone, expressou a dor da perda: "Eu perdi minha mãe! Que saneamento básico é esse?". Outras pessoas que estavam nas proximidades também sofreram consequências, e a filha adotiva de Marilene, Suelen Belo, teve a sorte de ser resgatada com vida, após ficar presa sob os escombros por cerca de uma hora.

As águas da enxurrada foram poderosas o suficiente para derrubar paredes, telhados e até mesmo arrastar um carro. A tubulação quebrada ficou visível, e os moradores relatam que esta foi a segunda vez em um mês que a região enfrentou rompimentos semelhantes.

Antigas adutoras sem a devida manutenção são apontadas como uma das causas dos frequentes acidentes no estado. A adutora que se rompeu em Rocha Miranda, construída em 1949, tem uma capacidade de vazão de 500 litros por segundo, sendo tão larga que um adulto pode caminhar por ela sem se agachar.

As autoridades locais informaram que pelo menos quatro casas foram interditadas devido ao risco de desabamentos e que a normalização do sistema de abastecimento pode levar dias. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) está reduzindo a produção de água em Ribeirão das Lajes para ajudar na contenção do problema.

Infelizmente, tragédias como essa não são novidades no Rio de Janeiro. No passado, a mesma Rua das Opalas já havia presenciado incidentes semelhantes, refletindo uma crise de infraestrutura que parece não ter fim. Estudos apontam que a deterioração das tubulações velhas, a alta pressão na rede e ocupações irregulares são as principais causas que levam a esses rompimentos.

O número de rompimentos tem aumentado ao longo do ano, com pelo menos sete incidentes registrados somente em janeiro. No mês seguinte, uma tubulação em Sulacap se quebrou, criando uma cachoeira no meio da rua. Profissionais da área ressaltam que é urgente a necessidade de investimentos em troca de tubulações e monitoramento da rede para evitar novas tragédias.

Os especialistas pedem por ações imediatas para prevenir novas perdas trágicas. Em tempos de clima extremo e chuvas intensas, a situação se torna ainda mais delicada e exige atenção das autoridades.