Saúde

Tragédia no Hospital São Vicente: Paciente Morre em Circunstâncias Suspeitas Durante a Véspera de Natal

2024-12-28

Autor: Matheus

Na noite de 25 de dezembro, uma tragédia abalou o Hospital São Vicente de Paulo, em Taguatinga, no Distrito Federal. Raquel Franca de Andrade, uma jovem de 24 anos e paciente psiquiátrica, foi encontrada sem vida após relatar crises convulsivas frequentes.

De acordo com o prontuário médico, Raquel sofreu uma "crise convulsiva, simulando??" às 19h29 do dia em questão. A equipe médica responsável, em vez de tratar a paciente com a devida atenção, considerou que seus episódios poderiam ser uma tentativa de chamar a atenção. Essa desconfiança levou a equipe a ignorar os sintomas sérios de Raquel em outros momentos.

Informações obtidas revelam que, antes de falecer, Raquel havia tido uma crise convulsiva na noite anterior e foi restrita mecânica e fisicamente, amarrada à maca, o que possivelmente agravou sua condição. A prática de contenção física é fortemente questionada por especialistas que alegam que pode ser prejudicial à saúde mental dos pacientes.

Dr. Fábio Félix, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, enviou um ofício à Secretaria de Saúde solicitando esclarecimentos sobre as circunstâncias que levaram à morte de Raquel. Outros deputados, como Gabriel Magno, também pediram informações devido à possibilidade de negligência assistencial.

Um relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) recentemente destacou que o Hospital São Vicente funciona ilegalmente há quase 30 anos e descreveu a situação como uma emergência humanitária. O hospital opera como uma instituição manicomial, utilizando métodos disciplinares questionáveis que precisam ser aplicados a situações extremas, mas que frequentemente são usadas em situações cotidianas.

A presidenta do Conselho Regional de Psicologia do DF, Thessa Guimarães, enfatizou que Raquel morreu sozinha enquanto o mundo celebrava o Natal, amarrada a uma maca em um local que não deveria existir mais. Os relatos de maus tratos e negligência no hospital são recorrentes, e muitos especialistas da área da saúde mental clamam por um fechamento imediato da instituição.

Além disso, a Secretaria de Saúde do DF confirmou que Raquel estava internada desde 2020 e que a causa de sua morte ainda está sendo investigada pelo Instituto Médico Legal. O relatório de atendimento de emergência indicou que Raquel não apresentava pulso e a equipe tentou reanimá-la com protocolos padrão, incluindo o uso de desfibrilador.

Com a pressão por mudanças e a busca por uma nova abordagem nos cuidados em saúde mental, muitos defensores da reforma psiquiátrica destacam a necessidade de serviços que respeitem a dignidade dos pacientes, em vez de locais que perpetuem a exclusão e o sofrimento.

A história trágica de Raquel Franca de Andrade é um chamado urgente para a sociedade e o governo do DF repensarem a forma como tratamos as questões de saúde mental e o cuidado com aqueles que mais precisam.