No último sábado (22), a cidade de Betim, parte da região metropolitana de Belo Horizonte, sentiu a terra tremer com um registro de 2.5 na escala de magnitude local (equivalente à escala Richter). O evento sísmico foi detectado pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que esclarece que esta magnitude é considerada fraca e não resulta em danos significativos.

"Os sismos no Brasil são geralmente mais superficiais, o que significa que podem ser sentidos com mais intensidade, uma vez que ocorrem próximos à superfície", comentou a RSBR à rádio Itatiaia.

Além da sensação de tremor, muitos moradores ouviram um estrondo alto durante o fenômeno. "Estava no sofá quando ouvi um barulho muito forte e, logo depois, a terra tremeu!", contou Wenderson Ezequiel, um dos residentes da cidade.

O sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP, reforça que o barulho é algo comum em terremotos dessa natureza. "Sismos no Brasil frequentemente ocorrem de forma rasa, muito próximo da superfície, a poucos metros. Quando isso acontece, é comum que as pessoas ouçam um som parecido com um trovão. O que os moradores relataram ouvir foi provavelmente esse ruído", explicou Collaço.

Embora o tremor em Betim, com sua magnitude baixa, não represente um risco de danos maiores, ele é capaz de provocar apreensão entre os habitantes. "Tais tremores são comuns no Brasil, mas quando ocorrem em áreas urbanas, como em Betim, a população naturalmente fica mais alarmada. O Brasil, sendo um país extenso, geralmente registra tremores em regiões onde a população não sente", afirmou Collaço, assegurando que não há riscos maiores envolvidos.

Por que Minas Gerais é tão suscetível a tremores de terra?

Collaço enfatiza que tremores de terra com magnitudes entre 2 e 3 são frequentes em Minas Gerais, ocorrem praticamente toda semana em território nacional. Em janeiro deste ano, por exemplo, Félixlândia, localizada a 180 km de Belo Horizonte, registrou três tremores em um intervalo de apenas dois dias.

"Os pequenos tremores em Minas Gerais são uma realidade, o estado lidera o número de abalos sísmicos registrados no Brasil. Esses eventos naturais geralmente são resultado de intensas pressões geológicas que afetam a crosta terrestre. O que as pessoas sentem é a consequência de uma movimentação súbita em falhas ou fraturas na rocha, que deslizam devido a essas forças geológicas", concluiu o especialista.

Apesar de serem comuns, essas ocorrências devem ser acompanhadas de atenção pela população, que precisa estar informada e preparada para situações sísmicas. É sempre bom lembrar que a segurança vem em primeiro lugar!