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Trump aniquila organismo que verifica a repressão a imigrantes nos EUA

2025-03-21

Autor: Pedro

O governo de Donald Trump surpreendeu a todos ao demitir quase toda a divisão de direitos civis do Departamento de Segurança Interna (DHS) nesta sexta-feira (21), desmantelando um escritório crucial que supervisionava a repressão à imigração nos Estados Unidos.

Cerca de cem funcionários foram notificados de que seriam colocados em licença de 60 dias para procurar outra colocação dentro do governo ou enfrentariam demissões a partir de maio. Além disso, o gabinete do ombudsman dos Serviços de Cidadania e Imigração, que também tinha a responsabilidade de fiscalizar as políticas de imigração legal, foi fechado. Essa manobra não apenas enfraquece a supervisão, mas também levanta sérias preocupações sobre os direitos humanos e civis.

Essa decisão se encaixa no padrão das ações de Trump para eliminar divisões de direitos civis em várias agências governamentais. O fechamento do Escritório de Direitos Civis e Liberdades Civis do DHS é especialmente alarmante considerando a falta de transparência atual sobre as práticas de tratamento de imigrantes pelo governo. Nos últimos anos, a administração Trump teve uma postura crítica em relação a migrações, impulsionando políticas severas que frequentemente levantaram bandeiras vermelhas para ativistas e defensores dos direitos humanos.

Recentemente, o governo também dificultou o trabalho de um juiz federal que buscava informações sobre uma antiga lei de guerra do século 18 utilizada para deportar imigrantes sem um devido processo legítimo, enviando-os a uma prisão em El Salvador. Essa atitude revela não apenas uma estratégia de negação de direitos, mas também um desdém explícito por qualquer forma de fiscalização governamental.

"É um claro sinal de que essa administração não se preocupa com a supervisão ou a transparência", afirmou Deborah Fleischaker, ex-funcionária do escritório de direitos civis e agora chefe de gabinete do Departamento de Imigração e Alfândega sob o governo Biden. Segundo Fleischaker, o escritório anteriormente se dedicava a garantir que o DHS operasse em conformidade com os direitos e liberdades civis.

A porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, defendeu a decisão, alegando que a proposta era "simplificar a supervisão para remover obstáculos à aplicação da lei". McLaughlin argumentou que esses escritórios, em vez de apoiar os esforços de aplicação da lei, muitas vezes agiam como obstáculos internos, retardando operações.

Um exemplo emblemático da atuação do escritório foi em 2021, quando foi investigado o uso da política "Permanecer no México", que forçava migrantes a esperar no país vizinho até a data de suas audiências de imigração. O relatório final concluiu que o governo havia colocado crianças desacompanhadas e indivíduos com doenças mentais no programa, evidenciando a gravidade das condições de tratamento enfrentadas por muitos imigrantes.

Enquanto isso, o escritório de direitos civis também monitorava outras agências do DHS, como a Administração de Segurança de Transportes e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, um papel que agora se torna ainda mais crítico à medida que a repressão à imigração se intensifica. Com estas mudanças, o futuro dos direitos civis nos Estados Unidos fica incerto, e a luta por justiça e liberdade se torna cada vez mais difícil.