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Trump Anuncia Tarifa Recíproca e Agita Mercados Mundiais

2025-03-31

Autor: Pedro

Em uma declaração que promete abalar as estruturas financeiras globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na noite de domingo (30) a implementação de tarifas recíprocas que afetarão todos os países e não apenas aqueles com grandes desequilíbrios comerciais, como muitos esperavam. O plano, que será oficialmente revelado nesta quarta-feira (2) durante o que Trump chamou de "Dia da Libertação", coloca todos em pé de igualdade. "Você começa com todos os países. Essencialmente, todos os países dos quais estamos falando", disse Trump, enquanto sobrevoava os céus a bordo do Air Force One.

A posição de Trump provoca uma queda nas expectativas de um enfoque mais seletivo para o aumento das tarifas, intensificando o temor de uma nova onda de tensões comerciais no cenário internacional. O objetivo declarado das tarifas é proteger a economia americana contra concorrências vistas como desleais.

O movimento de Trump já está tendo repercussões palpáveis nos mercados financeiros. Na manhã de hoje, os futuros do Dow Jones caíram 0,45%, o S&P 500 teve uma redução de 0,76% e o Nasdaq viu uma perda de 1,20%. Ao mesmo tempo, os títulos do Tesouro dos EUA valorizaram-se, com investidores buscando segurança em ativos menos arriscados diante das incertezas econômicas. O rendimento dos títulos de dois anos caiu para 3,85%, enquanto os títulos de dez anos baixaram para 4,20%.

O aumento da incerteza fez com que o iene japonês se valorizasse e que o preço do ouro atingisse uma nova máxima histórica de US$ 3.128,06, marcando três sessões consecutivas de recordes. O dólar, por sua vez, tinha uma pequena alta em relação a uma cesta de moedas, registrando um valor de 104,080.

Com as tarifas, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, comentou que a Europa precisará assumir um maior controle sobre seu próprio futuro, dada a iminente imposição das novas tarifas que podem impactar severamente o crescimento econômico do bloco europeu.

Além disso, Trump expressou abertura para acordos com países que queiram evitar tarifas, mas soube-se que está orientando sua equipe para adotar uma postura mais assertiva e intensa nas negociações.

Uma sombra de estagflação paira sobre o horizonte econômico americano, como advertiu Mohamed El-Erian, consultor econômico da Allianz, ao destacar uma queda alarmante na confiança do consumidor e um aumento nas expectativas inflacionárias. Investidores estão apreensivos com a possibilidade de que a guerra comercial se intensifique, levando Goldman Sachs a quase dobrar a probabilidade de uma recessão nos EUA para cerca de 35% nos próximos meses.

Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond, reafirmou que a situação atual justifica uma política monetária "moderadamente restritiva". Ele ressaltou que os efeitos das tarifas podem ser mais severos do que na primeira rodada em 2018, considerando o estado atual da inflação.