O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, solicitou ao juiz responsável pelo caso da ex-atriz pornô Stormy Daniels que arquive o processo e anule o veredito que o condenou por fraude fiscal. A defesa de Trump baseou seu pedido no indulto recente concedido pelo presidente democrata Joe Biden a seu filho, Hunter Biden.

Biden indultou Hunter no último domingo, que estava enfrentando processos em dois casos criminais relacionados à evasão fiscal e posse ilegal de arma. O argumento apresentado por Biden foi de que Hunter foi processado de maneira seletiva e injusta, apenas por ser filho do presidente.

Na moção encaminhada ao juiz Juan Merchan, os advogados de Trump fizeram referência aos comentários de Biden, dizendo que eles equivalem a uma condenação extraordinária do próprio Departamento de Justiça (DoJ) do presidente, que, segundo eles, estava envolvido em uma 'caça às bruxas' política contra Trump.

Além do indulto, a defesa também apontou a doutrina da imunidade presidencial e a lei de transição presidencial como fundamentos para a anulação das acusações contra Trump. Este caso é apenas uma das muitas batalhas judiciais que o ex-presidente enfrenta desde o término de seu mandato, ancoradas por questões que vão da fraude fiscal até acusações de instigação de violência.

Recentemente, Trump foi declarado culpado de 34 acusações relacionadas à falsificação contábil, que incluem o pagamento de 130 mil dólares à ex-atriz Stormy Daniels, em uma tentativa de silenciá-la sobre uma suposta relação extraconjugal ocorrida dez anos atrás. Trump nega qualquer envolvimento ou relação com Daniels.

Diante da compleidade e ineditismo da situação, o juiz Merchan adiou indefinidamente a sentença contra Trump após sua recente eleição em 5 de novembro. A defesa tem prazo até 2 de dezembro para apresentar um recurso que busque o arquivamento do caso. O juiz agora deverá decidir entre anular completamente o processo ou suspender qualquer decisão sobre a condenação até o término do próximo mandato presidencial de Trump, que será retomado em 20 de janeiro.

Enquanto isso, a promotoria argumenta que o pagamento feito por Trump a Daniels foi uma tentativa de encobrir um escândalo que poderia prejudicar sua campanha em 2016, onde ele derrotou Hillary Clinton. A situação continua a gerar polêmica e debates acalorados nos Estados Unidos, refletindo a polarização política do país.