Saúde

Vacina revolucionária contra o câncer de próstata é desenvolvida no RS e inicia testes nos EUA

2024-11-26

Autor: Carolina

Uma vacina terapêutica inovadora contra o câncer de próstata, desenvolvida em Porto Alegre, acaba de receber a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, para iniciar estudos clínicos. Este marco é histórico, sendo a primeira vez que uma tecnologia desse tipo avança a este estágio.

A vacina, liderada pelo médico Fernando Kreutz e sua equipe, é o resultado de 25 anos de pesquisa e agora já está em fase de testes no mercado americano.

"Descobrimos uma forma inédita de modificar as células tumorais. Este é o grande diferencial que faz nossa vacina tão promissora", comenta Fernando Kreutz, ressaltando os resultados positivos obtidos até o momento.

O objetivo dos testes clínicos nos EUA é validar a eficácia do tratamento para permitir a futura comercialização em escala internacional. O resultado desses testes deve ser anunciado dentro de aproximadamente 18 meses.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê que em 2024 serão registrados 71 mil novos casos de câncer de próstata. A detecção precoce é crucial, pois quando identificado a tempo, o índice de cura é bastante elevado.

Entretanto, mesmo após a remoção do tumor, a doença pode revelar-se novamente após um período de remissão, com uma taxa de recorrência de cerca de 30%. A nova vacina visa exatamente diminuir essa chance, utilizando uma abordagem de imunoterapia personalizada que utiliza células tumorais do próprio paciente para potencializar a resposta do sistema imunológico. Estudos pré-clínicos realizados no Brasil indicaram que a recorrência da doença caiu de 36,8% para 11,8% após a vacinação.

"Acompanhamos pacientes durante até 10 anos para avaliar os efeitos e a segurança do tratamento. Observamos tanto a toxicidade quanto a eficácia da terapia", afirma Kreutz, que está otimista com os resultados que vêm sendo obtidos.

Além de seu foco inicial, a tecnologia desenvolvida pode ser adaptada para tratar outros tipos de câncer, incluindo câncer de mama, gástrico, intestinal e de pulmão, o que representa um avanço significativo não apenas para o Rio Grande do Sul ou Brasil, mas para a medicina globalmente.

Este projeto inovador foi possível graças ao apoio financeiro de um fundo do Ministério de Ciência e Tecnologia, juntamente com investimentos de agências de fomento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), além de parcerias com instituições acadêmicas e investimentos privados.

Essa pesquisa é uma esperança renovada para milhares de homens que lutam contra o câncer de próstata. Não perca a oportunidade de acompanhar a evolução dessa importante descoberta!