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Vamos impulsiona crescimento em concessionárias e lucros crescem 51% no 3º tri, alcançando R$ 175 milhões

2024-11-12

Autor: Ana

A Vamos (VAMO3), locadora de caminhões, máquinas e equipamentos controlada pela Simpar (SIMH3), obteve um lucro líquido consolidado de R$ 175,1 milhões no terceiro trimestre de 2024. Este valor representa um impressionante aumento de 51,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa somou R$ 868,2 milhões, marcando um crescimento de 27,2% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Durante o período de julho a setembro, a receita líquida consolidada da Vamos foi de R$ 1,975 bilhão, um aumento de 33,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida e EBITDA, teve uma diminuição, ficando em 3,21 vezes. De acordo com Gustavo Couto, CEO da Vamos, a tendência é continuar um processo de desalavancagem previsto para 2025. Ele destaca que a empresa tem uma geração de EBITDA que garante um ritmo de crescimento consistente, com menor necessidade de capital adicional num momento de alta de juros no Brasil.

O CEO afirmou que a dívida líquida continuará a crescer, mas em um ritmo significativamente mais baixo. No terceiro trimestre, a divisão de locação, que é o core business da Vamos, gerou receitas de R$ 1,131 bilhão, representando um crescimento de 35% em comparação ao ano anterior.

Esse montante inclui R$ 923,8 milhões provenientes de serviços, com um crescimento anual de 32,9%, e R$ 207,5 milhões em ativos seminovos, que também alcançaram um recorde em termos de vendas, com aumento de 45,6%.

O EBITDA na unidade de locação subiu 25,1% em relação ao mesmo trimestre de 2023, atingindo R$ 842,8 milhões. Couto ressaltou que o negócio é protegido das oscilações da taxa de juros, uma vez que a maioria dos contratos de locação é ajustada pela inflação e leva em conta as expectativas futuras de juros.

Divisão de Concessionárias se recupera

A área de concessionárias, que havia impactado negativamente o balanço no segundo trimestre deste ano, mostrou sinais de recuperação. A receita líquida da divisão atingiu R$ 765,4 milhões, com um crescimento de 30,5% anos atrás. O EBITDA nessa área girou em torno de R$ 19,9 milhões, comparado a um desempenho negativo de R$ 0,9 milhão no mesmo período de 2023.

Couto comentou que o setor de caminhões está enfrentando uma dinâmica favorável, enquanto o setor do agronegócio ainda está se recuperando lentamente. O clima adverso impactou a safra, e a combinação de preços elevados de fertilizantes com a queda nos preços das commodities agrícolas levou os agricultores a reduzir suas aquisições de maquinaria. "Foi um golpe muito duro para a indústria de máquinas como um todo", afirmou.

Futuro promissor

O CEO acredita que o agronegócio vai continuar a crescer e se desenvolver, considerando a situação atual como uma questão temporal. Segundo ele, não há expectativa de um aumento nas provisões para devedores duvidosos, já que a empresa conseguiu se antecipar e provisionar as contas ainda não vencidas.

A Vamos também implantou medidas de austeridade em suas concessionárias, reduzindo custos em todas as áreas e suspendendo a compra de novos equipamentos e maquinários. As principais ações de contenção de gastos necessárias para melhorar os resultados no setor agrícola já foram executadas.

Cisão em vista

A proposta de cisão do negócio de concessionárias em uma empresa independente foi sugerida pela Simpar e precisa da aprovação do conselho da Vamos e de seus acionistas. Couto considera que essa operação traria um foco muito maior no core business da companhia, permitindo que a Vamos se dedique exclusivamente ao atendimento B2B.

Com uma empresa focada somente na locação, novas parcerias poderiam ser formadas com outras marcas de produtos, aumentando a autonomia da Vamos neste competitivo mercado. Couto finaliza ressaltando que uma divisão específica para concessionárias aumentará a capacidade de identificar momentos adversos no mercado, dando à empresa uma posição mais robusta e estratégica. Prepare-se, esse futuro promete ser revolucionário!