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Venezuela Libera Mais 177 Detidos e Aumenta Total para 910 Após Protestos Contra Eleições Controversas

2024-12-23

Autor: Julia

Na última segunda-feira (23), o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou que mais 177 pessoas, que estavam detidas por participar dos protestos após as polêmicas eleições presidenciais de 28 de julho, serão liberadas. Com isso, o número total de prisioneiros soltos chega a impressionantes 910.

As manifestações surgiram em um clima de indignação popular, com denúncias de fraude e irregularidades durante o processo eleitoral. Entre os detidos, estavam 164 adolescentes, o que chamou a atenção de organizações de direitos humanos, que afirmam ter conseguido confirmar apenas uma parte das libertações realizadas pelo governo. Além disso, relatos alarmantes indicam que pelo menos três manifestantes perderam a vida enquanto estavam sob custódia.

Em meio a essa situação tensa, o ex-presidente espanhol Felipe González, que comandou a Espanha de 1982 até 1996, pediu ao atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que facilite o retorno a Caracas de Edmundo González Urrutia, um político reconhecido internacionalmente como o legítimo presidente da Venezuela. O ex-presidente se ofereceu para acompanhar Edmundo na viagem, demonstrando uma postura ativa na busca pela democracia na Venezuela. “Se eu tivesse que tomar decisões, eu o levaria de avião, como o trouxe,” afirmou González, expressando sua disposição de ajudar no processo de retorno.

González ainda fez críticas incisivas ao regime de Nicolás Maduro, chamando-o de “tirano arbitrário sem legitimidade democrática” e ressaltou que “as tiranias não são eternas”, fazendo uma analogia com o braço forte de outros líderes despóticos da história, como Bashar al-Assad, que viu seu regime ameaçado.

Edmundo González deixou a Venezuela em direção à Espanha em setembro, onde solicitou asilo político. Em uma mensagem anterior, ele reafirmou seu compromisso de continuar lutando pela liberdade e democratização de seu país, mesmo à distância. No entanto, ele não é visto em público desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação contra a repressão do regime venezuelano.

A situação na Venezuela continua crítica, com a população dividida entre a esperança de mudanças e o temor da repressão. O mundo observa atentamente os desdobramentos, enquanto líderes internacionais pedem justiça e respeito aos direitos humanos no país.