Nação

Washington Olivetto, ícone da publicidade brasileira, morre aos 73 anos

2024-10-13

Autor: Julia

O renomado publicitário Washington Olivetto faleceu aos 73 anos, após um longo período internado no Hospital Copa Star, onde tratava uma infecção pulmonar. A confirmação de sua morte, ocorrida por volta das 17h15, foi comunicada pelo hospital, que informou que Olivetto sucumbiu a uma pneumonia e choque séptico, resultando em falência múltipla dos órgãos.

O hospital expressou suas condolências à família e amigos. "O Hospital Copa Star lamenta a morte do paciente Washington Olivetto na tarde deste domingo (13) e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda", disseram em nota. A família optou por não divulgar mais informações sobre o ocorrido.

Nesta segunda-feira (14), o corpo de Olivetto será transportado de avião para São Paulo e receberá honras em uma cerimônia restrita a amigos e familiares, cujo local e horário ainda não foram revelados.

Nascido em setembro de 1951, Olivetto era descendente de imigrantes italianos e cresceu em São Paulo, onde foi criado por sua mãe, dona de casa, e seu pai, vendedor de tintas. Sua paixão pela publicidade começou cedo, aos 17 anos, quando se matriculou no curso de publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). No ano seguinte, iniciou sua carreira como redator em uma agência publicitária.

Ainda em seu primeiro ano, Olivetto conquistou um Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes, um dos prêmios mais prestigiados do setor. A partir da década de 1970, consolidou-se como um dos maiores publicitários do Brasil, criando o icônico personagem "Garoto Bombril", que se tornou um símbolo na publicidade nacional.

Em 1987, Olivetto lançou outra campanha marcante: "O Primeiro Sutiã a gente não esquece", para a Valisère, que se destacou por retratar a experiência de uma adolescente comprando sua primeira peça íntima. Ele sempre considerou essa campanha como emblemática de sua carreira.

Ao longo de sua trajetória, recebeu inúmeros prêmios e homenagens, incluindo menções em músicas de grandes artistas como Jorge Ben Jor, que fez referência à sua agência na canção "Alô, Alô W/Brasil". Além de publicitário, Olivetto também se destacou como autor, escrevendo oito obras sobre sua carreira e suas criações publicitárias.

No entanto, sua fama não veio sem desafios. Em 2001, ele foi sequestrado próximo à sua residência em Higienópolis, São Paulo, por um grupo de criminosos chilenos e argentinos, que planejaram sua ação por 10 meses. Olivetto passou 53 dias em cativeiro antes de conseguir voltar para casa.

A morte de Washington Olivetto deixa um legado imenso na publicidade brasileira, inspirando novas gerações de profissionais no setor. Sua criatividade e inovações continuam a ser celebradas e sua ausência será sentida por todos que apreciaram sua obra e impacto na comunicação publicitária.