Um jovem de 22 anos foi preso em flagrante nesta quinta-feira (12/12), por volta das 13h20, no Residencial Pinus Iriguassu, em Caçapava, após desrespeitar uma medida protetiva e exercer violência psicológica contra sua companheira, também de 22 anos. As informações são alarmantes: testemunhas afirmam que as agressões eram "quase diárias" e que, apesar dos pedidos da mulher para que ele deixasse a residência, o homem se manteve na casa.

Dependência emocional e trauma

As investigações indicam que a mulher se encontrava em um estado de dependência psicológica, decorrente de um histórico de mais de dois anos de agressões, xingamentos e ameaças. Os sinais de trauma que a vítima demonstrava eram evidentes, e ela expressou seu medo não apenas pela própria vida, mas também pela segurança de suas filhas.

O que pode ser ainda mais preocupante é que mesmo após ser agredida, ela rejeitou atendimento médico no Instituto Médico Legal (IML) e não permitiu que suas lesões fossem fotografadas. Esse temor em relação ao agressor sugere um estado emocional fragilizado e a necessidade urgente de um suporte psicológico.

Crime de tortura em análise

Dada a frequência das agressões e o impacto psicológico sofrido pela vítima, a polícia não descarta a possibilidade de reclassificar o caso de violência doméstica para crime de tortura, o que poderia resultar em penas ainda mais severas para o agressor. É importante ressaltar que a violência psicológica é tão devastadora quanto a violência física e pode ter efeitos duradouros na vida da vítima.

Prisão e investigações em curso

O jovem foi detido com base na Lei Maria da Penha, especificamente no artigo 24-A, que trata das punições por descumprimento de medidas protetivas. Durante a abordagem, os policiais também notaram indícios de envolvimento do homem com drogas, o que pode complicar ainda mais sua situação legal.

As autoridades seguem investigando o caso, e o jovem permanecerá à disposição da Justiça, com audiência de custódia marcada para esta sexta-feira (13). Este episódio trágico destaca a importância de respeitar as medidas protetivas e a necessidade de mecanismos de apoio para as vítimas de violência doméstica.

Assim, a sociedade é chamada a refletir sobre a gravidade da violência contra a mulher e a importância de redes de apoio e informação para vítimas que, muitas vezes, se sentem sozinhas e sem saída.