A história é marcada por tragédias: a mãe de Elaine Cristina Andrade, 65 anos, está determinada a reabrir o processo contra o médico Josias Caetano, que realizou um procedimento estético em sua filha. Elaine havia economizado ao longo do tempo para se presentear com uma cirurgia de hidrolipo, acreditando que poderia alcançar o corpo dos seus sonhos. Ela decidiu abrir mão de uma festa de aniversário para custear a cirurgia, que se transformou em um pesadelo.

Após a operação, Elaine sentiu dores intensas no lado esquerdo da mama e, mesmo tendo retornado à clínica três vezes, suas queixas foram minimizadas pelo médico, que alegou que as dores eram normais. Apenas 23 dias após a cirurgia, sua saúde se deteriorou rapidamente, levando a uma emergência médica, onde ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, concluindo de forma trágica sua história de sonhos. Elaine foi internada na UTI, mas faleceu em 3 de maio, e o laudo da autópsia indicou que a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio.

A dor da família não se limita à perda. O impacto emocional foi devastador, especialmente para o filho de 13 anos de Elaine, que agora vive com sua avó. "Ficamos desestruturados. Era um sonho dela que se transformou em um pesadelo. A perda é irreparável e todos nós estamos muito abalados", desabafou Carmen.

Em 26 de setembro de 2023, o caso foi arquivado pela Justiça de São Paulo, alegadamente seguindo a recomendação do Ministério Público, que afirmou não haver nexo causal entre a cirurgia e a morte. Contudo, um novo elemento surgiu: a morte de outra paciente de 31 anos, Paloma Lopes Alves, após procedimento estético no mesmo médico, agravou a situação e motivou a família de Elaine a agir. O advogado da família, José Beraldo, está buscando reabrir a investigação devido a esses novos fatos.

Além do processo criminal, a família também entrou com um processo civil contra Josias Caetano, que ainda está pendente. A defesa do médico alega sua inocência, afirmando que ele não pode ser responsabilizado por complicações imprevisíveis.

A situação é ainda mais alarmante, pois Josias Caetano enfrenta atualmente alucinações de pelo menos 22 mulheres, que também alegam danos estéticos devido a procedimentos realizados por ele. Alguns casos são tão graves que envolvem mutilações. Muitas dessas mulheres se sentem traumatizadas, com dificuldades para se olhar no espelho e muitas vezes evitem praias e ambientes em que precisariam usar roupas de banho.

A luta da família de Elaine e de tantas outras representa uma chamada de atenção para a importância de se realizar procedimentos estéticos apenas com profissionais qualificados e em ambientes devidamente regulamentados. A cautela nas escolhas pode ser a diferença entre um sonho de beleza e um pesadelo sem volta. O que mais será revelado nessa tragédia que abala famílias e gerações?