Nação

'Cadê a Enel? Moradores de SP vão atrás de equipes da concessionária após falta de atendimento pelo SAC'

2024-10-14

Autor: Ana

Moradores de São Paulo estão em uma verdadeira caçada aos carros da Enel pelas ruas da cidade, especialmente em Santo Amaro, um dos bairros mais afetados pela recente tempestade que deixou milhares de pessoas sem energia. O descaso com o atendimento pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa tem gerado frustração e até desespero. Até a tarde de segunda-feira, estima-se que cerca de 400 mil imóveis ainda estavam às escuras.

Manoel Pacheco, um dos afetados, relatou que ficou sem energia até a manhã desta segunda (14). Durante o fim de semana, ele percorreu as áreas da Vila Madalena em busca de um carro da Enel para obter informações, mas foi em vão. "O SAC da Enel não é eficaz, é impossível obter ajuda por lá. Fui informado de que a energia voltaria até 12h no domingo, mas isso nunca aconteceu", desabafou.

Renata Ketendjian, outra residente de Santo Amaro que também se encontra sem eletricidade, expressou sua indignação ao relatar a dificuldade em encontrar equipes da Enel nas ruas: "A falta de comunicação só faz aumentar a sensação de abandono. Caminhei por diversas ruas e não encontrei ninguém da Enel ou da prefeitura. Nos stories do prefeito, aparecem muitas equipes, mas na pratica, nada."

A situação é alarmante, pois muitos moradores já reportaram a perda de alimentos, e aqueles que trabalham remotamente enfrentam sérios problemas para cumprirem suas atividades. Jana, que vive em um condomínio na Rua Dr. Antônio Bento, disse que ligou mais de 25 vezes sem sucesso: "Estamos a quase 48 horas sem energia e não conseguimos ninguém para nos ajudar."

Diante do cenário crítico, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou uma força-tarefa nacional. Outras concessionárias, como CPFL, EDP e Energiza, auxiliarão a Enel, elevando o número de trabalhadores de 1.400 para aproximadamente 2.900. Ele ressaltou que a Enel possui um prazo de três dias para normalizar as situações mais críticas.

Em coletiva, Silveira também criticou a falta de previsões claras por parte da Enel sobre a normalização dos serviços. "Esse erro de comunicação é inadmissível para uma empresa que deve prestar contas à população", afirmou.

Enquanto isso, a Enel tentou justificar a situação, alegando que a tempestade de sexta-feira trazia ventos históricos que devastaram parte da infraestrutura, mas os moradores permanecem céticos e indignados com a lentidão no atendimento.

Além da busca por eletricidade, muitos tumultos surgem nas comunidades em busca de gelo para preservar alimentos. Algumas lojas já estão sem estoques e os vizinhos se mobilizam para tentar solucionar o problema.

Infelizmente, a tempestade não causou apenas danos materiais; sete vidas foram perdidas devido a tragédias relacionadas ao clima na Grande São Paulo. A pressão aumenta sobre a Enel, e a população exige respostas e ação imediata. Afinal, será que a Enel estará à altura da crise? O que esperar das promessas feitas por seus executivos?