Ciência

Chocante Revelação: Extinção de Cangurus Há 40 Mil Anos Foi Causada por Humanos e Não pelo Clima!

2025-01-13

Autor: Fernanda

A Austrália, conhecida por sua impressionante biodiversidade, abriga atualmente cerca de 60 espécies de cangurus, wallabies e outros marsupiais. No entanto, há 40 mil anos, essa diversidade era até 50% maior, com 27 espécies de cangurus já extintas. O que causou essa perda devastadora?

Tradicionalmente, acreditava-se que as mudanças climáticas no final do Pleistoceno, entre 65 e 40 mil anos atrás, eram a principal causa desse desaparecimento, devido a alterações na oferta de alimentos. A teoria afirmava que a secagem do clima favoreceu plantas gramíneas em detrimento das florestas mais densas e úmidas. Contudo, um estudo inovador lançado recentemente desafia completamente essa perspectiva.

Pesquisadores da Universidade Flinders e do Museu e Galeria de Arte do Território do Norte, ambos na Austrália, descobriram que as espécies de cangurus possuíam uma dieta muito mais variada do que se pensava, colocando em dúvida o papel das mudanças climáticas na extinção deles. A pesquisa, publicada na renomada revista Science, sugere que a extinção dos cangurus está mais ligada à chegada do Homo sapiens no continente.

Sam Arman, um dos autores do estudo, afirma: "Os cangurus de focinho curto não eram apenas consumidores de folhas, como se pensava! Isso tem enormes implicações para entender a extinção da megafauna na Austrália."

O estudo utilizou uma técnica chamada DMTA (análise da textura de microdesgaste dentário), analisando mais de 2.650 digitalizações de dentes de 937 fósseis de 12 espécies diferentes de cangurus. A análise estatística revelou que as dietas dos cangurus antigos eram mistos, as quais incluíam tanto folhas quanto gramíneas.

Os fósseis estudados foram encontrados em locais como o Parque Nacional de Naracoorte, um Patrimônio Mundial da UNESCO. Enquanto isso, as características cranianas das espécies extintas pareciam indicar uma dieta focada em folhas suculentas. Essa discrepância entre adaptações morfológicas e a verdadeira dieta revela uma complexidade intrigante em como esses animais se alimentavam.

Com a extinção de cerca de 90% da biodiversidade australiana na época, entre os cangurus que desapareceram estavam o Protemnodon mamkurra - um gigante de até 170 kg - e duas espécies de cangurus de focinho curto Sthenurus que podiam alcançar três metros de comprimento. Curiosamente, as adaptações para sobreviver em ambientes mais secos e úmidos parecem ter coexistido, levantando sérias questões sobre o impacto humano durante esse período crítico.

Enquanto mudanças climáticas podem ter influenciado a extinção, o impacto da presença humana é indiscutível e, aparentemente, mais significativo. Essa descoberta não apenas reescreve a narrativa da extinção de espécies na Austrália, mas também nos lembra como a atividade humana pode moldar a biodiversidade de um continente.

Continuaremos acompanhando os desdobramentos dessa pesquisa fascinante que poderá mudar a forma como percebemos a relação entre humanos e a natureza no passado!