Cidades de PE proíbem armas de gel: Como isso virou uma epidemia de ferimentos?
2024-12-13
Autor: Lucas
As chamadas armas de gel, populares entre os jovens das comunidades de Pernambuco, se tornaram um verdadeiro fenômeno nas periferias. No entanto, a crescente preocupação com a segurança, especialmente em relação ao risco de ferimentos nos olhos, levou as prefeituras de Olinda e Paulista, na Região Metropolitana do Recife, a adotarem medidas drásticas, proibindo tanto o uso quanto a comercialização desses itens.
A cidade de Paulista foi a pioneira na implementação dessa restrição. No dia 10 de dezembro, o prefeito Yves Ribeiro (PT-PE) sancionou a lei municipal 5.367/2024, que proíbe a fabricação, venda e distribuição de armas de gel. Os estabelecimentos que descumprirem a norma poderão enfrentar penalidades severas, incluindo multas, advertências e até mesmo a suspensão das atividades por um período de até 30 dias. Em casos extremos, poderá haver a cassação do alvará de funcionamento.
Além disso, a prefeitura de Paulista também planejou uma ampla campanha educativa para alertar a população sobre os perigos do uso dessas armas. O prefeito Ribeiro ressaltou a necessidade de um esforço conjunto para proteger os jovens, afirmando que "não podemos deixar que a diversão se transforme em tragédia".
Em Olinda, o prefeito Professor Lupércio (PSD-PE) seguiu uma linha semelhante e, no dia 11 de dezembro, assinou o decreto municipal 176/2024, que também proíbe o uso das armas de gel. As sanções para comerciantes que continuarem vendendo esses itens incluem multas pesadas e a suspensão ou revogação de alvarás, assim como em Paulista.
"Estamos diante de uma preocupação que não é só dos olindenses, mas de todos nós, pernambucanos. Essas armas em gel se espalharam de maneira descontrolada e trazem muitos danos. Vamos reforçar nossa estratégia educativa, mas também ser firmes para impedir seu uso e comercialização em nossa cidade", declarou o prefeito Lupércio.
Lesões Associadas ao Uso de Armas de Gel
As armas de gel, conhecidas como "gel blasters", disparam pequenas bolinhas feitas de poliacrilato de sódio — uma substância comum em fraldas descartáveis. Essas bolinhas, que são rígidas inicialmente, se tornam moles quando hidratadas e são utilizadas em brincadeiras conhecidas como "guerrinhas". Contudo, apesar de serem consideradas brinquedos, cada vez mais elas têm provocado lesões, principalmente em áreas sensíveis como os olhos.
Dados recentes da Prefeitura de Olinda mostram que, somente nos últimos dias, aproximadamente 150 incidentes envolvendo armas de gel foram registrados, incluindo casos alarmantes de lesões oculares. Os profissionais de saúde alertam para o fato de que tais ferimentos podem causar danos permanentes, levando a complicações sérias.
"Além da problemática das lesões, a atmosfera carnavalesca da cidade, já imersa nas prévias festivas, torna a situação ainda mais preocupante", disse a prefeitura, destacando que o problema pode se intensificar com a aproximação das festividades de Carnaval.
Diante desse cenário, a prefeitura convoca os pais a ficarem atentos e a discutirem sobre os riscos com seus filhos. Afinal, a diversão não deve vir às custas da segurança e bem-estar dos jovens.