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Crise na Coreia do Sul: Presidente destituído autorizou confronto militar no Parlamento

2024-12-28

Autor: Matheus

Um clima de tensão tomou conta da Coreia do Sul após as revelações sobre o presidente afastado, Yoon Suk Yeol. Ele teria dado ordem para que o Exército abrisse fogo a fim de assegurar a imposição da lei marcial durante um tumulto no Parlamento, conforme informações do Ministério Público que vieram à tona na última sábado (28).

A pressão aumenta em torno de Yoon, que foi destituído após um impeachment tumultuado, envolvendo um decreto enigmático de lei marcial e a ordem de convocar as forças armadas ao Parlamento em uma tentativa de identificar supostos membros infiltrados do governo que seriam prós-Nordeste. A situação atingiu seu ponto crítico na noite de 3 de dezembro, quando, apesar da presença militar, os parlamentares conseguiram cancelar a lei marcial em uma sessão emergencial. Isso só foi possível graças à mobilização popular que desafiou as tropas armadas e se manifestou em frente à casa legislativa.

A devolutiva do relatório do Ministério Público expõe a gravidade da situação: "Ainda não entraram? O que estão fazendo? Arrombem a porta e tirem-nos de lá, mesmo que isso signifique disparar", teria dito Yoon ao chefe do comando de defesa de Seul, Lee Jin-woo.

Além disso, o ex-presidente supostamente pressionou o chefe do Comando de Contra-Espionagem de Defesa, general Kwak Jong-keun, para que forçasse a entrada no Parlamento mesmo antes que o quórum necessário para suspender a lei marcial estivesse atingido. "Entrem rapidamente e arrastem todos para fora", teria exigido, conforme os registros.

O desfecho da destituição de Yoon agora cabe à Corte Constitucional, que poderá decidir sobre sua permanência ou não no cargo em até seis meses. Durante esse período, ele enfrenta sérias acusações criminais, incluindo insurreição, que podem resultar em penas severas, desde prisão perpétua até a pena de morte.

A defesa de Yoon, representada pelo advogado Yoon Kab-keun, refutou as alegações do Ministério Público, classificando-as como um "relato unilateral" que não se alinha à realidade e às circunstâncias. Em meio ao clamor popular e a pressão política, o Gabinete de Investigação da Corrupção já convocou Yoon três vezes para prestar esclarecimentos, mas ele não compareceu a nenhuma das audiências marcadas, aumentando as especulações sobre seu futuro e a estabilidade política no país.

A situação gera preocupação não apenas entre os cidadãos sul-coreanos, mas também no cenário internacional, onde a comunidade mundial observa atentamente os desdobramentos e o que poderá significar essa crise para a segurança na península.