Saúde

‘Descobri um cisto do tamanho da cabeça de um bebê de 7 meses após diagnóstico errado’

2025-03-27

Autor: Matheus

A história impactante da empresária Gabriele Bitella, de 32 anos, traz à tona um alerta sobre a endometriose, uma condição que afeta milhões de mulheres no Brasil e no mundo. Gabriele, moradora de Pradópolis (SP), foi diagnosticada erroneamente com um tumor no ovário, que pesava 200 gramas e media 10 centímetros. Mas durante a cirurgia para retirada da massa, os médicos descobriram que se tratava de um foco de endometriose do tamanho da cabeça de um bebê de sete meses.

O sofrimento de Gabriele começou com a interrupção da menstruação entre junho e setembro de 2024. "Eu achava que estava grávida e fiz vários testes, mas todos deram negativo", compartilhou. Após um forte escape menstrual, ela consultou seu ginecologista, que inicialmente prescreveu um remédio para regularizar seu ciclo, mas não se antecipou aos exames necessários.

Uma nova consulta foi agendada e, em 7 de fevereiro de 2025, Gabriele realizou um ultrassom transvaginal. Ao realizar o exame, a médica notou algo incomum e logo orientou Gabriele a retornar rapidamente ao ginecologista. O veredicto foi preocupante: um tumor no ovário. A profissional avisou que, embora a massa parecesse benigna, havia risco de torção uterina, o que exigia a remoção imediata e biópsia.

O dia da cirurgia chegou e Gabriele estava nervosa. "Após o procedimento, o médico veio me informar que o quadro era muito mais grave do que imaginávamos. Eu estava com uma endometriose extensa", disse. Infelizmente, a extensão da endometriose havia danificado seu ovário e trompa, tornando impossível a preservação desses órgãos.

Agora, Gabriele segue se recuperando bem, sob cuidados hormonais para evitar menstruação nos próximos dois anos e seguindo uma dieta anti-inflamatória.

A história de Gabriele leva à reflexão sobre a falta de informação e a normalização da dor feminina. O ginecologista Patrick Bellelis, especialista em endometriose, destaca que a demora no diagnóstico se dá muitas vezes por uma cultura que minimiza a dor: "Muitas mulheres acreditam que a cólica é algo normal, em comparação com experiências de familiares. Mas a verdade é que várias delas podem ter endometriose não diagnosticada."

Além disso, Bellelis reafirma que um diagnóstico efetivo inicia com uma consulta médica adequada, onde as queixas da paciente são ouvidas e examinadas corretamente. Exames como ultrassonografias e ressonâncias magnéticas são cruciais para um diagnóstico preciso.

A endometriose, se não tratada corretamente, pode resultar em complicações graves, como infecções e problemas de fertilidade, destacando a importância de uma abordagem médica eficaz e de maior conscientização. A história de Gabriele é um chamado para que todas as mulheres tenham atenção com sua saúde reprodutiva e que busquem uma segunda opinião sempre que necessário. Não seja apenas mais uma estatística!