Tecnologia

Ucrânia, IA e Big Tech: datacenters no Brasil se tornam a nova tendência

2025-03-21

Autor: Ana

O que está acontecendo?

Com a ascensão de tecnologias de Inteligência Artificial, como ChatGPT, Dall-E, DeepSeek e Gemini, os datacenters estão se tornando a espinha dorsal que sustenta essa revolução digital. Esses centros não apenas armazenam dados, mas são responsáveis por processar demandas complexas que smartphones convencionais não conseguem atender.

Embora a internet transponha fronteiras, ter informações armazenadas perto de onde são consumidas é essencial para melhorar a velocidade de resposta em atividades críticas, como transmissões ao vivo e cirurgias remotas. O aumento da demanda por serviços de IA está impulsionando o setor de datacenters no Brasil a enxergar este momento como uma janela de oportunidades sem precedentes.

Por exemplo, a Elea, que opera nove datacenters, está investindo R$ 1,7 bilhão (US$ 300 milhões) em ampliação e modernização de suas instalações em São Paulo. Na mesma linha, a empresa Tecto, que possui um cabo submarino em Fortaleza, anunciou um investimento monumental de R$ 5,7 bilhões (US$ 1 bilhão) para expandir sua infraestrutura. Sua primeira nova central, Mega Lobster, terá uma capacidade de 20 Megawatts e será instalada em Fortaleza, enquanto uma segunda, com 200 MW, está prevista para São Paulo em 2027.

No Rio Grande do Sul, a Scala já revelou planos para uma "cidade dos datacenters", com um investimento inicial de R$ 3 bilhões e a capacidade inicial de 54 MW, podendo ser expandida para 4.750 MW. Esta expansão possibilitaria um investimento colossal de R$ 500 bilhões.

Outro grande jogador é a Casa dos Ventos, uma empresa de energia renovável, que promete investir R$ 50 bilhões em um datacenter de 876 MW no Complexo Portuário do Pecém. Além disso, a chegada da DE-CIX, a maior operadora mundial de pontos de troca de tráfego, marca um novo capítulo na estruturação desse cenário, permitindo uma troca de dados entre provedores de internet mais eficiente.

Os benefícios de interconexões de alta qualidade são claros. Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, destacou que a latência da Netflix é de 65 milissegundos — aceitável para filmes, mas insuficiente para transmissões esportivas em tempo real, onde 25 milissegundos seriam ideais. A meta deve ser uma latência de 1 milissegundo para atividades que exijam alta interatividade.

Existem também fatores estruturais que favorecem o Brasil nessa corrida global. O país conta com uma matriz energética única, predominantemente hídrica, com crescente uso de energia solar e eólica, o que o torna um candidato atraente para investidores que precisam de energia para executar suas operações. Por outro lado, a guerra na Ucrânia afetou a capacidade da Europa de sustentar o crescimento de datacenters, com nações como a Holanda suspendendo a abertura de novas centrais.

Além disso, estima-se que apenas 30% das empresas brasileiras utilizam datacenters de terceiros para hospedar seus dados, criando uma nova oportunidade para negócios locais e internacionais. Com a necessidade crescente de infraestrutura digital, o Brasil pode estar à beira de um influxo significativo de investimentos.

"Estamos numa posição privilegiada para atrair mais investimentos do que o nosso consumo atual justifica", afirma André Busnardo, Diretor Comercial da Tecto. Embora o cenário seja promissor, a intensidade com que estas oportunidades serão aproveitadas ainda está em discussão.

Portanto, mantenha-se atento! O futuro dos datacenters no Brasil promete transformações excepcionais, e você não vai querer ficar de fora dessa revolução!