A Polícia Federal divulgou um laudo necroscópico, de 66 páginas, que trouxe à tona informações alarmantes sobre a morte de Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e se explodiu em seguida. Segundo a perícia, sua intenção era provocar um verdadeiro "efeito dominó" que desencadearia uma série de eventos alarmantes ao seu redor.

A camisa que Wanderley usava sob o terno verde, que remete ao vilão Coringa, destaca a simbologia de seu ato. Esta vestimenta ilustra um homem empurrando peças de dominó, sugerindo que ele se via como o “gatilho” cuja morte não seria um evento isolado, mas parte de um plano mais amplo e perturbador.

"A escolha dessa camisa indica que ele planejara sua morte como uma ação que teria repercussões significativas", relatam os peritos. Essa análise aponta para uma mente perturbada que não apenas buscava uma saída, mas também almejava impactar o mundo ao seu redor.

A perícia concluiu que a causa da morte foi "traumatismo cranioencefálico" causado pela explosão da bomba que ele segurava contra a cabeça. O laudo confirmou que o artefato estava em contato direto com a pele enquanto ele o pressionava. Além das análises tecnológicas, como tomografias e reconstruções 3D, também foi feita uma busca por possíveis ferimentos de arma de fogo, mas não foram encontrados indícios de disparos, desmentindo boatos disseminados nas redes sociais por apoiadores da extrema direita.

A investigação da PF não parou na necropsia. Estão sendo analisadas amostras de sangue e urina coletadas na cena do crime e em outros locais relevantes, como o estacionamento do Anexo 4 da Câmara e a casa onde Wanderley estava hospedado em Ceilândia, buscando entender se ele estava sob efeito de drogas ou qualquer substância psicoativa.

Além disso, as implicações desse ato violentíssimo ressaltam falhas na inteligência de segurança pública do Brasil, uma vez que a estadia do homem em Brasília e suas ameaças nas redes expõem lacunas preocupantes na prevenção a atos extremistas. Essa análise acende um alerta sobre a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso de indivíduos potencialmente perigosos antes que suas ações resultem em tragédias irreparáveis.