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Dólar a R$ 6 e Juros Altos: Desafios e Oportunidades para Haddad em 2024

2025-01-03

Autor: Ana

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentou um 2023 complicado, mas 2024 promete ser um ano ainda mais desafiador. A recente alta do dólar, que chegou a R$ 6,30, é um dos principais obstáculos em sua gestão. Essa valorização da moeda americana ocorre em um momento em que a economia brasileira ainda lida com a pressão inflacionária, que, embora tenha mostrado sinais de desaceleração, ainda está acima da meta estabelecida pelo governo.

A situação do país não é fácil. Mesmo com avanços em algumas áreas, como a redução do desemprego, que alcançou 6,1%, a insatisfação da população com a administração de Haddad é significativa. Pesquisas indicam que 61% dos brasileiros acreditam que sua gestão está no caminho errado. A resistência da oposição tem aproveitado esses dados, tornando a comunicação sobre seu desempenho ainda mais complicada, colocando Haddad no que muitos consideram "o pior emprego do mundo".

A recente queda no PIB dos Estados Unidos e a instabilidade política na Europa afetam diretamente a economia brasileira, forçando Haddad a manobrar entre as pressões externas e os limites de sua própria equipe no Congresso. A maior preocupação é a inflação, que, mesmo ligeiramente controlada, ainda impacta o bolso do brasileiro, especialmente em alimentos.

Outro fator preocupante que intensificou a desaprovação em relação a Haddad foi o aumento da carga tributária a partir de Decretos e Medidas Provisórias que visam ajustar a economia. Em agosto, uma nova taxa sobre compras internacionais, o "Taxad", gerou uma onda de memes nas redes sociais, prejudicando a imagem do ministro e reforçando a percepção negativa em relação a sua gestão fiscal. O governo tentou esclarecer que a carga tributária atual é menor do que durante a administração anterior, mas o dano à imagem foi feito.

Na arena do Congresso, Haddad também enfrentou derrotas significativas, incluindo a prorrogação de medidas que aliviam impostos para empresários, o que significa menos recursos para o Tesouro Nacional. Isso agravou a situação fiscal e dificultou ainda mais a implementação das promessas do governo.

Entretanto, amidst todas as dificuldades, Haddad conseguiu avanços, especialmente nas políticas sociais. O governo está cumprindo parte das promessas feitas na campanha de Lula, e iniciativas como a criação de novos postos de trabalho e a redução da extrema pobreza são parte desse esforço. Aproximadamente 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza em 2023, um excelente indicativo do progresso social até aqui.

Haddad, conhecido por seu estilo professoral, está se adaptando às nuances políticas do cargo e, ao longo do ano, ganhou reconhecimento por suas habilidades de articulação, especialmente na reforma tributária, onde consolidou sua posição como o principal interlocutor entre o governo e o Congresso.

Adicionalmente, se Haddad decidir se candidatar em 2026, pesquisas recentemente divulgadas indicam que ele poderia vencer duas figuras proeminentes entre seus opositores: Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Apesar do desgaste, sua popularidade gerada por políticas sociais e pela queda do desemprego pode desempenhar um papel fundamental no futuro.

Ao final de tudo, Haddad se vê frente a um desafio monumental, e, como ele mesmo descreve, sua gestão está mais para uma maratona do que para uma corrida de curta distância. O que resta agora é ver como ele vai conseguir equilibrar esses desafios e quais resultados irá apresentar ao longo do ano.