Tecnologia

Ela se emocionou com 'terapia' do ChatGPT: 'É o Deus da internet'

2024-11-26

Autor: Maria

Introdução

A jornalista e modelo mineira Ana Clara Crepaldi, de 26 anos, se declarou fã incondicional do ChatGPT. Desde os tempos da faculdade, ela tem utilizado a inteligência artificial não só para orientar seus trabalhos acadêmicos, mas também para organizar ideias e conduzir pesquisas rápidas no trabalho. No entanto, foi um uso mais pessoal que a fez viralizar no TikTok em agosto: por alguns minutos, Ana conversou com a IA como se fosse uma psicóloga.

A Experiência de Ana Clara

"Vi um vídeo onde uma pessoa organizou seus pensamentos de maneira objetiva, detalhando seus sonhos e objetivos, e pedi o ChatGPT para criar um texto como se já tivesse alcançado tudo isso", conta Ana Clara.

Após solicitar que a IA descrevesse como seria um dia ideal em sua vida futuramente, ela ficou profundamente emocionada quando recebeu a resposta, que começava assim: 'Em um futuro onde você realizou todos os seus maiores sonhos, seu dia típico começa com...'. Essa simplicidade e proximidade da narrativa a impactaram, especialmente em um momento de transições em sua vida.

O Uso de IA na Autoajuda

Ana Clara, que escreve cadernos de anotações desde os oito anos, decidiu testar a ferramenta digital como uma maneira de unir seu hábito antigo a uma plataforma moderna e interativa. "Acho incrível como a ferramenta consegue colocar as ideias de forma clara e coesa", afirmou.

Perspectivas sobre a IA como Terapia

Embora Ana reconheça a importância de profissionais de saúde, ela acredita que, se usada de maneira equilibrada, a ferramenta pode ser um suporte válido. Ela alerta que é fundamental ter em mente que se trata de uma inteligência artificial, e não de um humano, dizendo: "O diálogo, a interação humana e as experiências pessoais não são substituíveis".

Aviso de Especialistas

Por outro lado, especialistas alertam sobre os riscos do uso da IA como terapia. O psicólogo e neurocientista Julio Peres menciona casos reais de pessoas que tiveram experiências negativas após buscar conselhos terapêuticos em chatbots. Ele relata o caso de um adolescente que recebeu uma recomendação perigosa de automedicação, resultando em uma grave crise de saúde.

Além disso, nos comentários ao vídeo de Ana, outras pessoas admitiram que falam mais com a IA do que com amigos reais. Uma usuária mencionou usar a inteligência artificial como uma forma constante de terapia, apresentando ainda um chatbot que interage por voz.

A Complexidade da Psicoterapia

Peres adverte que a complexidade da psicoterapia exige muito mais do que as respostas automatizadas oferecidas pela IA, e a tentativa de substituir a relação terapêutica por interações artificiais pode prejudicar a saúde mental dos indivíduos. Ele destaca que a singularidade da terapia reside na conexão autêntica entre o terapeuta e o paciente, cada um trazendo suas experiências únicas, que necessitam de empatia e entendimento.

"Um robô simplesmente não consegue captar essas sutilezas e oferecer um apoio verdadeiramente humano", afirma. Apesar disso, o neurocientista reconhece que a IA pode ser um recurso valioso em momentos específicos, desde que usada de forma consciente. Por exemplo, ela tem sido aplicada em cenários controlados de realidade virtual para auxiliar na superação de fobias, com a supervisão de psicólogos.

Considerações Finais

Ana Clara e outros usuários de tecnologia reforçam a ideia de que, se bem utilizada, a inteligência artificial pode, sim, agregar valor à saúde mental, mas sempre conscientemente.