EUA Ignoram Retorno de Armas Nucleares para a Ucrânia, Afirma Porta-voz
2024-12-02
Autor: Maria
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, revelou no último domingo (1º de dezembro de 2024) que os Estados Unidos não têm intenção de devolver as armas nucleares que a Ucrânia cedeu após o colapso da União Soviética. A declaração foi dada durante uma entrevista em que Sullivan abordou os desdobramentos da situação geopolítica envolvendo a Ucrânia e a Rússia.
Sullivan se referiu a um artigo de novembro do jornal New York Times, que sugeria a possibilidade de o presidente Joe Biden, do Partido Democrata, considerar o envio desse tipo de armamento a Kiev antes do término de seu mandato. Contudo, o conselheiro foi claro: “Isso não está sendo considerado, não. O que estamos fazendo é aumentar várias capacidades convencionais para a Ucrânia, para que eles possam se defender efetivamente”, declarou em entrevista à ABC News.
A Rússia não tardou em reagir à ideia de possíveis fornecimentos de armas nucleares à Ucrânia, classificando-a como uma “absoluta insanidade”. Recentemente, um porta-voz do Kremlin afirmou que a presença de tropas russas na Ucrânia se justifica justamente para impedir que essa situação aconteça. Em resposta à tensão, Biden autorizou o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia, intensificando a ofensiva contra as forças russas.
Durante a entrevista, Sullivan enfatizou a urgência nas ações dos Estados Unidos: “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance durante estes 50 dias para fornecer à Ucrânia todas as ferramentas possíveis para fortalecer a sua posição no campo de batalha, e para que sejam mais fortes na mesa de negociações.”
Ele também ressaltou a importância da responsabilidade em alocar os recursos militarmente. “O presidente Biden me orientou a supervisionar um aumento massivo no equipamento militar que estamos entregando à Ucrânia, para que cada dólar aprovado pelo Congresso seja usado antes de seu término de mandato”, acrescentou.
Vale lembrar que a Ucrânia herdou um grande arsenal nuclear da União Soviética após o colapso do estado em 1991, mas optou por entregar essas armas em 1994, sob o acordo conhecido como Memorando de Budapeste, que garantiu segurança diante da Rússia, dos EUA e do Reino Unido.
Sullivan também mencionou a nova equipe do governo de Donald Trump, que assumirá em 21 de janeiro, e incentivou os ucranianos a estabelecer um diálogo com os novos líderes, enfatizando que, apesar da mudança administrativa, a guerra na Ucrânia continua sendo uma questão crítica. “A nova equipe terá sua própria política e abordagem, e não posso falar por ela, mas nosso objetivo é garantir que a Ucrânia esteja na melhor posição possível ao passar o bastão”, concluiu.