Ex-astro do Manchester City, de extrema direita, pode ser o novo presidente da Geórgia em meio a turbulentas eleições; descubra mais
2024-12-13
Autor: Pedro
O ex-jogador de futebol Kavelashvili está prestes a assumir a presidência da Geórgia, após uma série de polêmicas e controvérsias. Ele deve ser escolhido por um colégio eleitoral sob controle do partido Georgian Dream, que, desde 2017, aboliu o uso de votos populares para a presidência por meio de mudanças constitucionais questionáveis.
Recentemente, Tbilisi tem sido palco de intensos protestos, com milhares de manifestantes nas ruas criticando o governo por interromper as negociações de adesão à União Europeia. Os manifestantes chamam Kavelashvili de "fantoche" de Bidzina Ivanishvili, o bilionário fundador do Georgian Dream, e afirmam que sua eleição é um movimento claro para consolidar ainda mais o poder deste partido contestado.
Com um bigode marcante e um olhar que não passa despercebido, Kavelashvili fez declarações que alarmaram a comunidade LGBTQIAPN+, enquanto o Georgian Dream impôs leis inspiradas no Kremlin que restringem os direitos dessa população. O ex-jogador desafiou as Normas Ocidentais ao afirmar que a defesa dos direitos de todos é, na verdade, um "ato contra a humanidade".
Nascido em 1971 na cidade de Bolnisi, Kavelashvili teve uma carreira brilhante no futebol, destacando-se como atacante da seleção georgiana. Ele jogou pelo Manchester City entre 1995 e 1997, onde estreou com um gol contra o Manchester United. Sua trajetória o levou a clubes na Suíça, mas sua carreira foi interrompida quando foi desqualificado de uma eleição para a Federação Georgiana de Futebol em 2015, por não possuir diploma de ensino superior, um requisito imposto pela instituição.
No cenário político, Kavelashvili é visto como um político de extrema direita. Desde 2016, ele tem sido deputado pelo Georgian Dream e, embora tenha se separado formalmente do partido, sua nova facção, Poder do Povo, mantém uma afinidade ideológica com o partido governista. Ele fez declarações polêmicas, acusando líderes ocidentais de jogarem a Geórgia contra a Rússia em meio ao conflito na Ucrânia.
Recentemente, Kavelashvili foi indicado para o cargo cerimonial de presidente, o que gerou indignação entre os cidadãos georgianos, especialmente entre aqueles que protestam contra a falta de compromisso do Georgian Dream com a adesão à UE.
A crise constitucional em curso em Tbilisi agrava ainda mais a situação, com a atual presidente, Salome Zurabishvili, exigindo novas eleições parlamentares, enquanto especialistas jurídicos já consideram o processo eleitoral que pode levar Kavelashvili à presidência como "ilegítimo". A deslegitimação de um novo governo pode levar a mais agitações sociais e instabilidade na Geórgia, um país que luta para encontrar uma identidade política clara em meio a tensões internas e externas.