Suzana Franco, uma empresária do setor de confeitaria, decidiu expor suas frustrações nas redes sociais acerca do atendimento prestado no Hospital do Câncer (Unacon) em Rio Branco. Sua denúncia gira em torno do tratamento de seu sogro, José Viana Nogueira, de 78 anos, que enfrenta um câncer há 15 anos.

De acordo com Suzana, a família enfrenta gravíssimos problemas na obtenção de cuidados paliativos adequados. “É um verdadeiro descaso com a saúde no Acre. Não querem interná-lo e não temos como parar nossas vidas apenas para cuidar dele. Meu marido passa o dia todo tentando contato com o serviço de cuidados paliativos do Unacon e, simplesmente, ninguém apareceu. Meu sogro não come, não bebe, e está com feridas”, desabafa Suzana, acrescentando que uma médica chegou até a insinuar que denunciaria a família por abandono.

Para agravar a situação, Suzana menciona que, em um momento crítico, teve que buscar ajuda do Samu de moto, apenas para descobrir que o sistema de emergência estava fora do ar devido a furto de fiação.

A reportagem fez contato com a administração do Unacon, que emitiu uma nota em resposta às acusações. Assinada por Kelcineia Araújo e Rafael Teixeira, a nota afirma que o paciente vem recebendo atendimento conforme suas necessidades e que uma nova visita domiciliar seria realizada. No entanto, os gerentes alegaram que a família não tem dado o suporte necessário.

A nota também informa que José está em cuidados paliativos e que tem uma longa trajetória de tratamento oncológico, incluindo hormonioterapia e quimioterapia. O hospital registra visitas domiciliares regulares, onde equipes multidisciplinares, como médicos, nutricionistas e enfermeiros, se até se disponibilizam para atender de forma integral ao paciente.

Adicionalmente, a nota ressalta que a decisão de permanecer em casa é uma valorização da autonomia do paciente, mas isso não exime a responsabilidade da família. A lei brasileira garante que é dever da família cuidar do idoso, conforme o Estatuto do Idoso.

O Unacon também destacou que a sobrecarga emocional enfrentada pelos familiares é real e que estão disponíveis para auxiliar não somente os pacientes, mas também seus entes queridos em momentos de dificuldades. Eles se comprometeram a checar a situação e, se necessário, realizar a internação do paciente com recomendação clínica.

Essa polêmica levanta questões sobre o sistema de saúde no Brasil e o papel da família nos cuidados com os doentes terminais, um tema que merece mais atenção e discussão. Como você vê essa situação? Deixe sua opinião nos comentários!