O novo prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), revelou nesta sexta-feira (27) que a cidade enfrentará um cenário desafiador ao herdar uma dívida monumental de R$ 1 bilhão, uma "herança" deixada pela gestão anterior de José Sarto (PDT). Essa dívida, vinculada a empréstimos e operações de crédito, deve ser saldada somente em 2025.

Leitão destacou que essa quantia foi obtida pela administração anterior através de acordos com bancos nacionais, que impuseram taxas de juros e condições mais severas do que as de instituições financeiras internacionais.

Uma atualização relevante foi feita em relação à informação inicial sobre a origem da dívida, esclarecendo que Fortaleza já possui um compromisso financeiro significativo adquirido na gestão Sarto, e não que a nova administração teria contraído novos empréstimos para lidar com esses débitos.

"Fortaleza tem um plano de crédito de R$ 3,2 bilhões para os próximos quatro anos. Descobrimos também que a Prefeitura enfrenta uma inadimplência de R$ 400 milhões, já contabilizada como dívida para 2025", informou Leitão. Ele especificou que a situação é ainda mais complicada, com fornecedores revelando que existem dívidas não registradas ou que foram canceladas sem serem pagas. "A dívida total pode ser bem maior do que imaginamos", completou durante uma coletiva.

Além disso, há relatos alarmantes de prestadores de serviços, como médicos emergencistas, que não receberam pagamento por mais de seis meses, o que gerou um clima de insegurança e descontentamento entre os profissionais da saúde. "De acordo com os dados até agora, a dívida do Instituto Dr. José Frota (IJF) gira em torno de R$ 100 milhões, mas essa cifra pode aumentar", acrescentou o futuro prefeito em suas declarações.

O relatório final da transição de governo será divulgado apenas em 10 de janeiro, e Leitão enfatizou que o documento apresentado atualmente é apenas uma coleta parcial de informações.

'Caos na saúde municipal!'

No que tange à saúde pública da cidade, o novo prefeito não poupou críticas, afirmando que a situação é um verdadeiro caos. "Estamos enfrentando uma escassez até mesmo de materiais básicos, como band-aids para vacinas. Em toda a história de Fortaleza, nunca tivemos um problema de saúde tão grave como agora", lamentou.

Leitão também comentou sobre a situação precária dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que estão em condições deploráveis, sem profissionais adequados e sem infraestrutura para oferecer um atendimento digno à população. Ele prometeu que, embora a expansão da rede de Caps seja necessária, a prioridade será a recuperação dos serviços existentes. "Vamos enfrentar essa situação desafiadora e trabalhar incessantemente para melhorar a saúde em Fortaleza", concluiu o prefeito eleito.