Ciência

Furacão Milton pode oficializar a nova categoria 6 de superfuracões

2024-10-08

Autor: Pedro

Atenção redobrada

Furacão Milton promete ser a "pior tempestade a atingir a Flórida em um século", segundo o presidente Biden.

Impacto iminente

Moradores da Flórida foram alertados a se prepararem para o que pode ser o 'pior furacão de suas vidas', com ventos que podem atingir impressionantes 200 km/h e chuvas que podem causar inundações severas.

Proposta de uma nova categoria de furacões

Cientistas publicaram recentemente em um estudo no renomado periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) uma proposta audaciosa para a criação de uma nova categoria 6 para classificar furacões, como o Milton, que se formaram em meio ao aquecimento global e suas consequências nas temperaturas oceânicas. Se as condições atuais se mantiverem, Milton poderá ser um furacão mais destrutivo do que Helene, um furacão de categoria 4 que causou devastação na Flórida e na Carolina do Norte há apenas duas semanas, resultando na morte de mais de 200 pessoas.

Previsões do NHC

O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) prevê que Milton pode alcançar a Flórida como um potente furacão de categoria 5, com ventos que superam 250 km/h, resultando em danos catastróficos. Há a possibilidade de que esses ventos alcancem a marca surpreendente de 300 km/h, uma vez que Milton se alimenta das águas excepcionalmente quentes do Oceano Atlântico, proporcionando energia imensa ao furacão.

Desinformação e seus efeitos

A desinformação se torna um obstáculo, especialmente após o furacão Helene, e a situação pode se agravar com a iminente tempestade de categoria 5 nos EUA. Segundo o NHC, a principal variável que pode causar a perda de força de Milton é a instabilidade dos ventos no Golfo do México, reconhecidamente um fator fundamental para a formação e manutenção da potência de um furacão.

Imagens chocantes

As imagens captadas pela Estação Espacial Internacional (ISS) chocam meteorologistas, mostrando Milton como um furacão composto por milhões de nuvens de tempestade, movendo-se com impressionantes ventos superiores a 290 km/h em torno de um olho diminuto. O Instituto Cooperativo para a Pesquisa da Atmosfera da Universidade do Colorado (CIRA) registrou atividade elétrica intensa em torno do olho do furacão, adicionando mais tensão à situação já crítica.

Fenômeno da intensificação rápida

O termo “furacão com olho de alfinete” designa Milton, e embora o tamanho de seu olho seja pequeno, isso não diminui sua força. Na verdade, um olho compacto pode intensificar o furacão rapidamente, tornando-o extremamente letal. A estrutura vertical da tempestade facilita essa intensificação e a concentração de energia.

Limites da interação atmosférica

O meteorologista Noah Bergren, da rede Fox, destacou que Milton está “perto dos limites matemáticos dos efeitos da interação atmosférica com o oceano.” Em um evento sem precedentes, Milton passou da categoria 1 para a categoria 5 em menos de 24 horas, um fenômeno extremo do que se denomina intensificação rápida.

Possibilidade de nova categoria 6

Esta semana, o furacão caiu para a categoria 4, mas as previsões indicam que ele pode retornar à categoria 5 e até mesmo estabelecer uma nova categoria 6, dependendo das condições do vento no Golfo do México.

Formação de nuvens de tempestade

Imagens do satélite GOES-19, da NOAA, mostram uma intensa formação de nuvens de tempestade, características de fajutas que podem causar chuvas torrenciais e tornados devastadores.

Escala Saffir-Simpson

De acordo com a escala Saffir-Simpson, que mede a força de furacões pela velocidade do vento, a categoria 5 é a mais alta atual, com ventos superiores a 250 km/h. O Brasil pôde observar apenas um furacão, o Catarina, em 2004, que pertenceu à categoria 1.

Aquecimento dos oceanos

Nas últimas duas décadas, a situação se agravou, com os oceanos se aquecendo consideravelmente. Desde 2023, esta elevação de temperatura se tornou crítica, já que água quente gera e mantém furacões e outros ciclones ao liberar mais vapor para a atmosfera, o que aumenta a energia para intensificar as tempestades.

Vulnerabilidade da região de Tampa

Os furacões, agora com ventos mais intensos e chuvas torrenciais, têm potencial para causar marés de tempestade ainda mais imensas. Esta é uma mistura explosiva que pode resultar em furacões mais devastadores e capazes de superar a impressionante velocidade de 300 km/h, justificando, assim, a proposta de uma nova categoria 6.

Região de Tampa se destaca na vulnerabilidade

A região metropolitana de Tampa e St. Petersburg é considerada uma das áreas mais vulneráveis dos EUA a marés de tempestade provocadas por furacões, segundo um relatório elaborado pela consultoria Karen Clark & Company. Um furacão de categoria 4, com ventos de até 240 km/h, poderia causar prejuízos de US$ 230 bilhões apenas devido às marés de tempestade.

Curiosamente, Tampa não tem sofrido muitos ataques diretos de furacões, que muitas vezes desviam de sua costa. Contudo, essa localização expõe a região a um risco considerável, especialmente pela proximidade de águas rasas da plataforma continental, que favorecem as condições necessárias para a formação de marés de tempestade destrutivas.